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Opinião | 'Antes do Fim' vence o 12º Fest Aruanda

Drama sobre a velhice, mas também lúdico e inventivo, o longa do diretor Cristiano Burlan foi o grande vencedor do festival paraibano

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Foto do author Luiz Zanin Oricchio
Atualização:

 

 

 Foto: Estadão

Legalize Já, de Johnny Araújo e Gustavo Bonafé, história ficcionalizada do compositor Marcelo D2, recebeu votação expressiva: figurino, fotografia, roteiro, ator (Renato Góes) e prêmio do Júri Popular. Baseia-se na amizade entre Marcelo e Skunk, que, vindos das classes populares, tentam encontrar espaço no competitivo mercado musical brasileiro.

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Torquato Neto - Todas as Horas do Fim, de Eduardo Ades & Marcus Fernando, levou os troféus de edição, trilha sonora e Prêmio Especial do Júri para documentários. É um belo filme, que recria um modo de sentir e pensar próprio dos anos 1960 e 1970 através da vida breve (28 anos) do poeta e compositor piauiense Torquato Neto.

O belo drama Pela Janela, de Caroline Leone, foi bem premiado desta vez, depois de ter sido ignorado em Gramado. Melhor atriz para a excepcional Magali Biff, e melhor ator coadjuvante para Cacá Amaral, além do troféu de som. Fala da recomposição existencial de uma mulher de meia idade que perde o emprego e seu sentido para a vida. Um filme tão delicado como incisivo.

O inventivo Abaixo a Gravidade, de Edgard Navarro, venceu os prêmios de direção de arte e da crítica, além do Prêmio Especial do Júri (in memoriam) para o ator Ramon Vane, que interpreta um inesquecível morador de rua de Salvador. Navarro, que está em seu terceiro longa, é um dos criadores mais originais do cinema brasileiro. É autor de filmes como Super-Outro, Eu me Lembro e O Homem que não Dormia. Sua obra merece atenção.

O longa paraibano de terror em episódios Nó do Diabo recebeu os prêmios de melhor atriz coadjuvante (Isabel Zua) e um Prêmio Especial do Júri por "iniciativa dramatúrgica".

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O melhor curta para o júri oficial foi Inocentes; para o público, Deus; e, para a crítica, Atrito.

O festival terminou com uma cerimônia simples no próprio palco do cinema. Antes, houve a entrega do troféu especial Aruanda ao grande homenageado do ano, o cineasta Ruy Guerra. Após a homenagem, houve a projeção do mais recente filme de Ruy Guerra, o ainda inédito no circuito comercial Quase Memória, baseado em livro de Carlos Heitor Cony.

Tabela de premiação

 

. LONGA-METRAGEM:

. Antes do Fim (SP) - melhor filme, direção (Cristiano Burlan)

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. Legalize Já (SP-RJ) - melhor filme pelo júri popular, ator (Renato Góes), roteiro (Felipe Braga), fotografia (Pedro Cardillo), figurino (Joana Ribas)

. Abaixo a Gravidade (BA) - Prêmio da Crítica-Abraccine, direção de arte (Moacyr Gramacho), prêmio especial e póstumo ao ator Ramón Vane

. Pela Janela (SP) - melhor atriz (Magali Biff), ator coadjuvante (Cacá Amaral) e som (Martin Grignaschi)

. Torquato Neto, Todas as Horas do Fim (RJ) - Prêmio Especial de melhor documentário, montagem (João Felipe Freitas), trilha sonora (Torquato Neto, in memoriam)

. Nó do Diabo (PB) - melhor atriz coadjuvante (Isabel Zua), Prêmio Especial "iniciativa dramatúrgica na área do cinema de gênero"

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CURTA-METRAGEM

. Inocentes (RJ) - melhor filme, fotografia Guilherme Tostes), trilha sonora

. Atrito (PB) - melhor curta paraibano, Prêmio da Crítica-Abraccine, diretor (DiegoLima), atriz (Susy Borges), ator (Felipe Espíndola)

. Deus (SP) - melhor filme pelo júri popular

. A Rua das Casas Surdas (RS) - melhor roteiro (Flávia Costa e Gabriel Mayer) direção de arte (Victor Flagg).

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. Brado Retumbante (SE) - melhor montagem (Gustavo Palma)

. Tentei (PR) - melhor som (Débora Opolski)

. Escolhas (RJ) - melhor figurino

. Peleja no Sertão - Prêmio especial - Animação

 

 

 

Opinião por Luiz Zanin Oricchio

É jornalista, psicanalista e crítico de cinema

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