Começa a Semana de Moda de Londres, totalmente virtual e sem Victoria Beckham

A maioria dos 94 estilistas participantes optou por vídeos para valorizar suas coleções que podem ser masculinas, femininas, ou mistas,

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Por Pauline Froissart
Atualização:

A Semana de Moda de Londres começa nesta sexta-feira, 19, em formato totalmente digital em um país confinado pela pandemia do coronavírus, com alguns grandes nomes no programa, como Burberry, mas sem Victoria Beckham.

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Apesar da ausência de estrelas, "influencers" e jornalistas de moda neste evento que termina terça-feira, alguns estilistas decidiram realizar um desfile.

É o caso do turco instalado em Londres Bora Aksu, da britânica Molly Goddard, ou da irlandesa Simone Rocha, cujos desfiles serão veiculados no site da organização.

A maioria dos 94 estilistas participantes optou por vídeos para valorizar suas coleções que podem ser masculinas, femininas, ou mistas, já que esta Fashion Week optou pelo "gender fluid" (gênero fluido). 

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Desfile da Burberry Primavea-Verão realizado em dezembro de 2020 Foto: Burberry/ Reuters

O italiano Riccardo Tisci, diretor criativo da marca britânica Burberry, conhecida por seu icônico trench coat, apresentará a coleção masculina outono/inverno 2021 na segunda-feira.

Embora não tenha especificado como será o formato dessa apresentação, em setembro a Burberry inovou na apresentação de sua coleção primavera/verão 2021. Na oportunidade, organizou um desfile no meio da floresta transmitido pelo Twitch, uma plataforma de streaming que popularizou a veiculação de vídeos que oferecem a possibilidade de comentar ao vivo. Mais de 40.000 pessoas assistiram ao evento.

Impacto do Brexit

A ex-Spice Girl que virou estilista Victoria Beckham optou por apresentar suas criações poucos dias antes da Fashion Week. 

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Esta coleção, que mescla as temporadas, pretende ser "otimista, mas realista", explicou Victoria, que passa seu confinamento na Flórida, já que seu marido, o jogador de futebol David Beckham, é um dos coproprietários do Inter Miami.

Apesar da pandemia, "as pessoas querem se vestir", disse Victoria Beckham. "Mas há uma necessidade de conforto" e uma "sensação de proteção", que se reflete em algumas vestimentas com detalhes militares.

Há também um lado alegre e delicado, com cores e motivos florais, ou peixes vermelhos.

Uma leveza que contrasta com o contexto sombrio da moda britânica, que sofreu as consequências da pandemia de covid-19, especialmente letal no Reino Unido, com mais de 118.000 mortes, e que levou a um segundo confinamento desde o início de janeiro.

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O setor da moda britânico, que emprega mais de 890.000 pessoas e gerou em 2019 cerca de 35 bilhões de libras (48 bilhões de dólares), também sofre os efeitos do Brexit e do fim da livre-circulação entre a União Europeia e o Reino Unido.

No início de fevereiro, centenas de personalidades da moda, incluindo as modelos Twiggy e Yasmin Le Bon, assinaram uma carta aberta publicada pelo organismo Fashion Roundtable, alertando o governo para o risco de o setor ser "dizimado" pelo Brexit.

Para aumentar a visibilidade dos jovens talentos, o British Fashion Council (BFC), que representa esta indústria, fechou um acordo com a rede social TikTok. O BFC também fez parceria com a Clearpay, grupo especializado no "Buy now pay later" ("Compre agora e pague depois"), que propõe soluções de parcelamento on-line. 

Este acordo tem como objetivo "continuar a desenvolver a Fashion Week, abrindo-a para uma gama mais ampla de consumidores e adaptando-a às necessidades dos criadores", explicou a CEO do BFC, Caroline Rush, em um comunicado.

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