Muitas bandas brasileiras de pop rock têm lançado discos recentemente, algumas buscando mudanças radicais de direção. Nenhuma, entretanto, produziu um disco de rock tão bom quanto este Louva-a-Deus, dos paulistanos do Forgotten Boys. Veja também: Ouça trecho de Leaving, do CD Louva-a-Deus Ouça trecho de Leaving, do CD Louva-a-Deus Produzido por Apollo 9 e gravado e mixado pela "cigarra" dos estúdios Roy Cicala (que trabalhou com John Lennon), o álbum tem um som inacreditavelmente bom, garageiro e cru, mas ao mesmo tempo incrivelmente sofisticado. Guitarras deliciosas, mas sem nunca soarem prolixas, remontando aos primórdios do punk nova-iorquino. Um som raramente arranhado por uma banda nacional. E o mais legal de tudo é que hoje, à noite, o Forgotten Boys vai mostrar seu álbum em show no Studio SP (Rua Augusta, 591) De vez em quando, parece que o Forgotten Boys reiniciou seu rock a partir de onde alguns grupos pararam. Tipo: ouvindo uma faixa como News from God, é possível claramente reencontrar os Stones lá da época de Their Satanic Majesties Request e aqueles riffs inescapáveis do Keith Richards. Tem muito também de Stooges, Ramones, MC5, Jefferson Airplane, The Who, mas tudo com uma marca muito pessoal, muito bacana. Formada por Zé Mazzei (baixo), Flávio Cavichioli (bateria), Chuck Hipolitho (guitarra e voz) e Gustavo Riviera (guitarra e voz), a banda existe desde o final dos anos 1990. Cantam em português e inglês, sem soar como banda surgida em curso de línguas. Ouvindo no carro faixas como Justice for All, é quase impossível escapar da frase clichê: "Mas... Tem certeza que é banda brasileira?" Rock’n’roll de primeira turbina as melhores canções, como Got my Eyes. A voz de Chuck é uma lixa para os ouvidos bem-comportados, e a bateria e o baixo em Leaving são um túnel do tempo em que John Bonham e John Paul Jones reinavam sobre a Terra (e o solo de guitarra nessa música merece figurar entre os mais bacanas do rock nacional). Forgotten Boys. Studio SP (450 lugares). R. Augusta, 591, Consolação, tel. 3129-7040. Sexta, 10, às 23h. R$ 20/R$ 25