SÃO PAULO - Um show com a banda Ira!, que marcou o retorno do grupo depois de um distanciamento de sete anos entre o vocalista Nasi e o guitarrista Edgar Scandurra, abriu ontem a 10.ª edição da Virada Cultural, no palco Júlio Prestes, na capital paulista.
Em vez do baterista André Jung e do baixista Ricardo Gaspa, ambos da formação original, a banda se apresentou com o tecladista Johnny Boy, o baterista Evaristo Pádua e o baixista Daniel Rocha, de 26 anos, filho de Scandurra. Também se apresentou o trompetista Guizado.
Nasi agradeceu ao amor dos paulistanos antes de abrir com Longe de Tudo. Fez, depois, uma sequência matadora para os fãs saudosos com Gritos na Multidão, Flerte Fatal e Dias de Luta.
O som estava ruim e prejudicou o show. O baixo, sem definição, chegava fraco ao público. As últimas músicas foram Envelheço na Cidade e Núcleo Base. O show terminou, mas o Ira! voltou para o bis. Com o som ligeiramente melhor, mas ainda abafado e pouco definido. Os músicos tocaram Nas Ruas com energia redobrada.
O policiamento em torno do palco Julio Prestes estava reforçado em relação ao ano passado. Distribuídas pela plateia, placas alertavam que o ambiente estava sendo filmado.
Teatro Municipal. Assim como no ano passado, o show de abertura do Teatro Municipal na Virada começou com atraso. Prevista para 19h, a apresentação de Célia e Arthur Verocai começou às 19h45, após aplausos impacientes da plateia. Os dois artistas releram o disco Célia, de 1972. A cantora pediu desculpas ao público e disse que ela e os músicos haviam chegado às 15h30.
O set list seguiu a ordem do álbum, além de músicas de outros LPs no bis. Apenas a canção Em Família ficou de fora. Os arranjos de Verocai para músicas balançadas como A Hora é Essa, de Roberto e Erasmo Carlos, estavam idênticos às gravações originais, o que garantiu a satisfação dos fãs do LP original, cultuado por colecionadores do mundo todo.
Por conta do atraso do show de Célia e Verocai, o show de Tetê Espíndola, refazendo o álbum Tetê e o Lírio Selvagem (1978), previsto para as 21h30, também deveria atrasar.
Virada 2014. Neste ano, a Virada Cultural custou R$ 13 milhões, contra os R$ 11,5 milhões do ano passado. Apesar do gasto maior, alguns palcos, como o do projeto Piano na Praça, foram retirados a pedido da Polícia Militar, para tentar fazer o evento mais seguro.
A imprecisão de informações do mapa oficial da Virada foi um problema para quem quis se programar.
Enquanto o mapa distribuído pela Prefeitura dizia que o multiartista pernambucano Antonio Nóbrega faria um show às 19h de ontem no Auditório Ibirapuera, com participação da Orquestra dos Músicos de Rua de São Paulo, o site da Virada dizia que o show seria em dois turnos, às 19h e às 24h.
Já o serviço do Auditório Ibirapuera informava que o show seria às 24h. As informações sobre a Viradinha também criaram confusão, por não deixarem claro que seu início seria às 9h deste domingo, 18, não de sábado, 17. /COLABOROU RENATO VIEIRA