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Rock in Rio: CPM 22 faz viagem afetiva aos anos 90

Badauí recebe Sérgio Britto, dos Titãs, no palco, e mostra que os dois pensam diferente

Foto do author Julio Maria
Por Julio Maria

Havia um saudosismo no ar logo na primeira música. Badauí liderando o CPM 22, como fez no próprio Rock in Rio de 2015 e 2019, falava com uma ou duas gerações à frente da que estava nos shows dos anos 90, mas isso não parecia distanciá-lo da plateia. Foi um show, como ele prometeu antes, aos repórteres do Multishow, cheio de obviedades e com algumas surpresas. O Mundo dá Voltas estava lá, assim como Escravos, Desconfio e Não Sei Viver Sem Ter Você.

A volta do rock ao festival começou com o CPM 22 Foto: MAURO PIMENTEL / AFP

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Uma surpresa foi vê-lo cantar com Sérgio Britto, dos Titãs. Tudo Vale a Pena (Se a Alma Não é Pequena) é um bom rock feito em parceria por eles, que acabou sendo seguida pela titânica Será Que é Isso que Eu Necessito? (que bem poderia ter sido corrigida depois de tantos anos para “será que é disse que eu necessito?”).

Britto chegou querendo enaltecer os parceiros, mas provocou um quase ruído. “Eles são a melhor banda da geração deles”, disse ao público, deixando Badauí encabulado. “Se bem que em música não tem essa na música de melhor ou pior.” E Britto respondeu: “Ah, pra mim tem.” Britto saiu depois de suas participações e o grupo retomou o controle, com Dias Atrás, tudo bem pesado nas mãos do novo batera, Daniel Siqueira, que entrou no lugar de Japinha, saído da banda em 2020. “Um país que valoriza a cultura não precisa de armas, arma mata as pessoas”, disse Badauí, antes de apresentar o baixista Ali Zaher e iniciar Um Minuto para o Fim do Mundo. Apostas e Certezas, Inevitável, Tarde de Outubro, tudo cantado a muitas vozes. O CPM, há mais de 20 anos na estrada, pegou a indústria do disco ainda a todo vapor, e se beneficia disso até hoje. Sua existência é uma grata memória afetiva.

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