Rodrigo Fonseca Anunciado pela imprensa internacional europeia durante a 73ª edição do Festival de Cannes, na França, em maio, "Karnaval", o primeiro longa-metragem de ficção da cineasta Sabrina Fidalgo, está em gestação, para ganhar as telas do mundo em breve. Poucas vozes, hoje, no cinema brasileiro, mobilizaram tantos olhares (e geraram tanto encanto) no quesito filmar o carnaval - uma das manifestações mais febris do samba - do que a Sabrina, considerada uma das realizadoras com mais potencial para mudar os paradigmas do audiovisual nas Américas. Não por acaso, nesta sexta-feira, dia 30 de setembro, a partir das 20h, o Cine Satyros Bijou - sala Patricia Pillar recebe uma mostra de curtas dessa multiartista com a exibição dos filmes "Personal Vivator" (2013), "Rainha" (2016) e "Alfazema" (2019). Por esse trabalho mais recente ela recebeu o troféu Candango de Melhor Direção em Brasília, há três anos. Após a sessão desta noite, rolará um debate com Joice Berth, Lorenna Montenegro, Viviane Pistache e a diretora. Uma das principais pensadoras da descolonização nas artes, preocupada, em especial, com a inclusão das populações negras e a exclusão da intolerância racial, Sabrina trabalha ainda como articulista, com uma coluna na revista "Vogue Brasil". "Em 'Alfazema', não tivemos externas por ser um filme que se passa inteiramente entre quatro paredes, cujo Carnaval invade a única locação: um banheiro. Mas filmamos também durante o carnaval no Rio, logo as intenções de desbunde eram reais", disse a cineasta, que integrou os júris de Gramado e de Vitória este ano. "Havia um sentimento de fantasia e loucurinha impregnado naquele set. Pessoas saíram fantasias dali diretamente para os blocos".
p.s.: De tons antirracistas, o drama romântico "Império da Luz", de Sam Mendes, vai abrir o Festival do Rio 2022, nesta quinta, no Cine Odeon.
p.s. 2: Neste domingo de eleição, a atração da "Temperatura Máxima" da TV Globo é o tenso (mas romântico "Depois Daquela Montanha" ("The Montain Between Us", 2017), de Hany Abu-Assad, em sessão às 12h10. A trama começa num aeroporto, onde um cirurgião (Idris Elba), apurado com uma emergência médica, e uma fotógrafa (Kate Winslet), que está prestes a se casar, decidem fretar um pequeno avião, a fim de chegar em seus destinos dentro do tempo. Quando a aeronave cai em uma região montanhosa coberta por neve, eles se veem obrigados a unir forças para tentar sobreviver. Idris é dublado por Ronaldo Júlio. Kate ganha a voz de Mônica Rossi.
p.s.3: Na estreia das comemorações dos 90 anos de Conan, outubro será o mês de lançamento de uma publicação de luxo do herói pela editora Pipoca & Nanquim. É o mês de lançamento do segundo número da HQ "Conan, O Cimério". Trata-se de uma bem-vinda tradução brasileira das aventuras do bárbaro imortalizado nas telas por Arnold Schwrzenegger feitas na Europa francófona, como BD (banda desenhada) pela ed. Glénat. Seu luxuoso miolo traz, entre as tramas selecionadas "A Cidadela Escarlate", de Luc Brunschwig e Etienne Le Roux, que mostra o rei Conan sendo traído por nobres da corte e destituído do trono da Aquilônia. Tem também "Sombras de Ferro ao Luar", de Virginie Augustin, em que o cimério e a princesa Olívia enfrentam uma ameaça do Além em uma ilha distante. Já a feroz "Pregos Vermelhos", de Régis Hautière, Olivier Vatine e Didier Cassegrain, mostra o primeiro e único encontro entre Conan e a pirata Valéria, como foi escrito por Howard. Por fim, rola "As Negras Noites de Zamboula", de Gess, onde o cimério é envolvido em uma sórdida trama de feitiçaria, que pode significar seu fim.
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