Era impossível falar do retorno de Dexter logo na estreia de New Blood. As cicatrizes da decepção com aquele encerramento deplorável ainda estavam latentes.
E era necessário manter as expectativas controladas para, nove anos depois, ver o que a Showtime inventaria para ressuscitar o serial killer mais querido da TV – que nunca morreu.
Agora, depois de assistir aos 10 episódios exibidos simultaneamente no canal gringo e na Paramount+, é possível dizer com tranquilidade: a nova etapa da série faz jus à personagem, resgata uma identidade que ficou perdida próximo do final anterior e corrige o desfecho desastroso. Mas resta uma questão: terá spin-off?

Desconexão
New Blood começou propositalmente buscando uma ruptura com os anos passados do assassino de bandidos, que agora se apresenta como Jim Lindsay. E isso não se refletiu só no texto.
A fotografia, a trilha sonora, a aura ao redor do protagonista refletiram a nova vida que ele escolheu: o frio, a neve, o isolamento. A fictícia e minúscula Iron Lake, num canto inóspito do Estado de Nova York, representa os anos de congelamento do assassino. Que em nada tem a ver com a alegria latina, ensolarada e superpopulacional de Miami.
Mas só até um filho de papai e o filho de Jim, digo, Dexter, aparecerem. O primeiro desperta tudo que estava adormecido no assassino. E o segundo, o agora adolescente Harrison, traz à tona conflitos que Dexter não contava enfrentar.
Golaços
Nesta nova fase, o “fantasma” do pai de Dexter que fazia as vezes de consciência do protagonista é substituído pela irmã, Debra. Excelente recurso narrativo para aproveitar a morte dela – e os sentimentos de culpa dele – e a química excepcional de Michael C. Hall e Jennifer Carpenter.
Outra mulher digna de destaque é a namorada de Dexter, a chefe de polícia Angela Bishop (Julia Jones). Personagem impecavelmente bem construída, de uma mente genial e que merece um spin-off só dela.
Conclusões
O desfecho entrega tudo o que era esperado de um final honroso aos anos de sucesso que a série ostentou. Definida desde o início como uma minissérie, a trama fechou ciclos de forma consistente. Mas deixou pequenas pontas soltas suficientes para eventuais novas histórias.
Lista
Outro assassino em série da ficção que se enxerga como um justiceiro é Kira, do anime Death Note. Tudo começa porque um Shinigami – deus da morte – entediado deixa cair de propósito o caderno onde escreve os nomes dos humanos que devem morrer.
O objeto chega às mãos do brilhante estudante Light Yagami, dono de um distorcido senso de que matando criminosos estaria fazendo uma limpeza na Terra – para absoluta diversão do Shinigami.
O anime está completo na Netflix e também há vários live-actions japoneses da franquia. E uma versão mais recente da própria gigante do streaming. Não assista a esta, não vale a pena.
Punhalada
Uma franquia que também rendeu diversas sequências e agora lançou uma que tem e não tem a ver com as outras – pelo que dizem, porque ainda não assisti – é Pânico!. O quinto filme por enquanto está só nos cinemas, mas os quatro demais podem ser vistos no streaming.
Vale demais a pena maratonar o ghost face de Wes Craven antes de vestir a PFF2 para ir ao cinema ver o mais novo – produzido após a morte do diretor. Sinta medo, e ria também, no Globoplay.