A Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro anunciou, em edital publicado no Diário Oficial, os 70 espetáculos contemplados pelo Procena, programa de incentivo às artes cênicas cujo orçamento é de R$ 2,6 milhões. Ao todo, foram 250 inscrições, que concorriam a patrocínios de R$ 150 mil, R$ 50 mil, R$ 25 mil e R$ 15 mil. À esta última faixa só poderiam concorrer montagens do interior do Estado. Cinco peças obtiveram patrocínio máximo: a ópera O Cavalinho Azul, baseada na obra de Maria Clara Machado, a peça Capoeira, a roda do Mundo, com direção de Márcio Meirelles, um espetáculo comemorativo, da Intrépida Trupe, a segunda ?sambópera? de Augusto Boal, A Traviata, e a montagem de Desejos, Bazófias e Quedas, de Hamilton Vaz Pereira. Segundo Dudu Sandroni, superintendente estadual de Artes Cênicas, 36 peças de ?fora da capital? carioca se inscreveram, sendo que apenas 29 foram contempladas. Sete foram descartadas, algumas por conta de irregularidades jurídicas, outras pela baixa qualidade apresentada. Pequenos e médios - O superintendente afirma que o edital foi pensado, principalmente, para suprir a carência financeira dos pequenos e médios grupos teatrais. ?A Shell, a Coca-Cola e a Cultura Inglesa, por exemplo, que investiam nesse mercado, se retiraram, e os grupos ficaram sem portas para bater?, defende. No entanto, o programa contemplou com o prêmio máximo cinco grandes montagens da capital. ?Quando você coloca no mesmo balaio, a qualidade da capital mostra-se superior à produção do interior?, explica. ?Esse foi um aprendizado para o segundo edital, pois percebemos a necessidade de desmembrar o programa para que não aconteça de colocar em comparação uns e outros.? Após a entrega dos valores às companhias, o que deve ocorrer em dezoito dias, a direção do Procena começará a preparar o edital do ano que vem. Sandroni, porém, ressalta que o Programa de Incentivo às Artes Cênicas é apenas um dos braços de ação da Secretaria, que desde o início do ano auxilia na manutenção de treze companhias estaduais. ?Além disso, estamos remodelando a política de ocupação dos teatros do Estado. Para isso, como ocorre na capital, nomeamos diretores artísticos para as salas?, difunde.