
A paixão é um ou talvez o único momento perfeito mais compreensível e aceitável para nossa humanidade, contaminada negativamente por um provérbio que a condena à imperfeição: "humanos são imperfeitos".
E, no entanto, os momentos passionais são perfeitos, não é de se admirar que nossa humanidade os busque com tanto frenesi e que esses lhe escapem, pois não se pode produzi-los intencionalmente, ninguém se apaixona porque assim o determina, a paixão acontece pela misteriosa conjunção de variáveis ainda mais misteriosas.
A paixão é perfeita porque não admite dilemas.
Porém, não pense você que paixão é aquela coisa densa que faz as pessoas perderem o rebolado e se envolver em grotescos malabarismos sexuais. Às vezes pode até coincidir que a paixão seja sexual, mas não necessariamente induz a isso.
Paixão é a identificação plena, o reconhecimento instantâneo, a entrega sem reservas a algo superior, a alguém que represente a superioridade que não tenta dominar, mas oferecer algo maravilhoso.
Paixão é o idealismo, é a visão de algo que não existe, mas que aparece intenso e luminoso o suficiente para que não se possa mais pensar a vida desprovida desse algo maior.
E quando, em momentos como agora, as circunstâncias oferecem uma pista dessa paixão, certamente a alma humana nem pestaneja, vai em frente, pois sabe haver nesse caminho algo que a fará mudar e para sempre.
Próximo boletim será publicado às 14h12 de 17-7-12