Streaming: Kung Fu e cannabis embalam ‘O Mestre da Fumaça’

Longa tinha tudo para dar errado, mas se tornou um filme cult

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colunista convidado
Foto do author Pedro  Venceslau
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Por Pedro Venceslau e Radar do Streaming
Atualização:

O longa O Mestre da Fumaça (ou The Smoke Master na versão para exportação) tinha tudo para dar errado, mas se tornou um filme cult que encheu salas de cinema em festivais pelo mundo e agora é um dos destaques da 45° Mostra de Cinema de São Paulo, onde será exibido nesta terça,25, às 14hs, no Cinesesc.

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Gravado com baixo orçamento durante a pandemia e produzido por dois diretores estreantes, Andre Sigwalt e Augusto Soares, O Mestre da Fumaça, que chega em breve às plataformas de streaming, conseguiu reunir um elenco eclético e engajado no projeto e ainda contou com uma trilha sonora só com músicas inéditas assinadas por André Abujamra.

Inspirado nos filmes de kung fu dos anos anos 60, o filme é uma versão ‘canábica’ do clássico Drunken Master de Jackie Chan.

Além da luta, o longa tem a pegada das comédias “Stoner Movie” baseadas nos filmes da contracultura americana dos anos 70 a 90.

Global

O ator Brasileiro Daniel Rocha (Avenida Brasil, Império) e o ator chinês Tony Lee (Os Parças, Made In China) protagonizam a ação, que narra a jornada de dois irmãos que se veem amaldiçoados pela máfia chinesa com a temida Vingança das 3 Gerações, onde a única maneira de sobreviver é aprender os segredos do Estilo da Fumaça, uma arte marcial brisada, ensinada por um mestre singular.

Épico

A história começa em 1949, quando um famoso Mestre da Fumaça se recusa a treinar os exércitos da Tríade e a máfia chinesa lança sobre ele a temida vingança das Três Gerações.

Ao morrer, o mestre descobre que seu filho e seu neto terão que lutar por suas vidas com as próprias mãos, em uma luta supostamente justa.

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Apesar de lutar com maestria, o primogênito não resiste, e a maldição atinge a terceira geração quando dois irmãos, Daniel e Gabriel, escapam com vida para serem criados por Abel, um mestre de kung fu que prepara o mais velho para treinar com o último Mestre da Fumaça.

Mas, em 2001, é difícil encontrar lacaios que respeitem a tradição, e o plano da Tríade dá errado quando brigas entre a máfia e o grupo de alunos do Mestre Abel acabam deixando Daniel hospitalizado um ano antes da luta final.

Distópico, pero no mucho

A hilária série Eleita, da Amazon, é uma sátira política que se passa em um Rio de Janeiro distópico e brinca com um situação limite, mas, no dias de hoje, absolutamente crível.

Imagine se uma influencer alcoólatra e sem noção decidisse ser candidata a governadora meio de zoeira, seu caso virasse meme, um partido a acolhesse e ela fosse eleita?

Se aconteceu algo parecido na Ucrânia com o comediante Zelenski e Tiririca foi por anos o campeão de voto, esse cenário parece até plausível, especialmente em um estado que teve vários governadores presos.

Clarice Falcão está inspiradíssima na pele da baladeira que vence sem querer a eleição e fica meio sem saber o que fazer com o cargo.

Em seu discurso de posse na Assembleia do Rio, ela chega descabelada, com o vestido rasgado, virada da balada, de ressaca e diz que o Rio é um estado tão falido e sem saneamento quanto ela própria.

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Biografia desautorizada

A série Mike: Além de Tyson, da Star +, tem aquele receita manjada das cinebiografias dramatizadas de superação personagens do esporte que vieram de baixo mas chegaram lá depois de lutar contra tudo e todos.

A diferença, nesse caso, é que o protagonista é um atleta absolutamente fora da curva e da caixinha.

Mike Tyson foi um dos maiores, se não o maior, pugilista de todos os tempos, mas era um fio desencapado, um trem desgovernado, um lutador feroz e sem limites dentro e fora dos ringues.

A história é linear e contada pelo próprio personagem em um palco como se ele estivesse em stand up sobre a própria vida.

Not Okay

Influencer de Mentira foi o péssimo nome em português, um verdadeiro spoiler, que a Star + escolheu para o longa Not Okay.

O filme tem uma pegada meio Malhação e elenco majoritariamente teenegaer, mas é um bom retrato da geração Y viciada em redes sociais e que busca reconhecimento a qualquer custo nesse vasto mundo egoico aberto pelo Youtube, Tik Tok, Instragam, Facebook e adjacências.

Influencer de Mentira, da Star +, acompanha o ciclo recorrente no universo das celebridades instantâneas que vai da ascensão ao cancelamento raivoso nessa imensa bolha onde o vazio de ideias predomina. É como se os influencers vivessem sob o lema: viver para viralizar. Ou viralizar para viver.

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O filme, que não é baseado em um história real, acompanha a saga de Danni Sanders, interpretada por Zoey Deutch, e começa pelo fim, com a jovem em pânico em frente ao laptop enquanto saltam comentários raivosos de lacradores sobre como ela é a pior pessoa do mundo.

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