O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) autorizou, em reunião realizada nesta terça-feira, 29, o projeto da Sisan, do Grupo Silvio Santos, a erguer duas torres residenciais de cem metros de altura no entorno do Teatro Oficina, sede da companhia de Zé Celso, entre as ruas Jaceguai, Abolição e Japurá, no bairro do Bexiga.
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A decisão do órgão, vinculado ao Ministério da Cultura, era a última para encerrar o embate entre Silvio Santos e o Oficina, que já dura 38 anos. O projeto arquitetônico da italiana Lina Bo Bardi que foi tombado em nível estadual em 1983 e no federal em 2010, pelo próprio Iphan, traz uma imensa janela lateral de 12 metros de largura que seria “encaixotada” pelas torres de Silvio Santos, segundo o Oficina. Em novembro de 2017, o Condephaat voltou atrás e reverteu o tombamento para nível estadual. A área ocupada no bairro do Bexiga responde por um terço dos tombamentos da cidade de São Paulo.
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No início deste ano, um encontro foi realizado com Silvio Santos, Zé Celso e o ex-prefeito João Dória para negociação. Na época, o Oficina propôs a construção de um parque público ou a troca do terreno por outro de propriedade da prefeitura. “Os órgãos de defesa do patrimônio são instituições historicamente fundamentais e, no entanto, neste momento estamos diante de um aparelhamento sádico destas forças, submetidas às práticas políticas da especulação imobiliária privatista”, declarou em nota o Teatro Oficina.
Em nota, o Iphan afirmou que o parecer favorável ao projeto “não exime o empreendedor de buscar as autorizações necessárias nos demais órgãos, como de outros tombamentos (estadual e municipal)”.
O Oficina divulgou datas com protestos que começam nesta segunda, 4, durante a entrega do Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte, no Teatro Sérgio Cardoso.