O Comitê Olímpico Internacional (COI) disse, na quarta-feira, que as emissoras de TV poderão transmitir ao vivo por satélite durante as Olimpíadas, desde em volta de Pequim e da Praça Tienanmen . As emissoras, algumas das quais pagam bilhões de dólares pelos direitos de transmissão das Olimpíadas, tinham reclamado que a China não estava concedendo facilmente as licenças de transmissão ao vivo durante as Olimpíadas, que terão lugar entre 8 e 24 de agosto, e que opôs obstáculos burocráticos a outros processos. As emissoras que detêm os direitos, que incluem a NBC e a European Broadcasting Union (EBU), se reuniram na quarta-feira com representantes do comitê organizador de Pequim (BOCOG) para tentar solucionar os problemas. "Saudamos a confirmação dada hoje pelo BOCOG às emissoras de que elas poderão reportar e transmitir via satélite a partir de toda a cidade", disse a diretora da comunicações do COI, Giselle Davis. Outra área de conflito entre as emissoras e os organizadores dizia respeito ao acesso à Praça Tienanmen, onde ocorreu a repressão sangrenta ao movimento pró-democracia em 1989. "O que agradou especialmente foi o fato de que todas as emissoras -- tanto as que detêm os direitos, quanto outras -- poderão gravar entrevistas, reportagens e pacotes na praça Tienanmen, sem restrições", acrescentou Davis. Mas haverá restrições aos momentos em que será possível transmitir desde a praça Tienanmen. "Compreendemos que pode haver frustração entre algumas emissoras pelo fato de que não poderão transmitir 24 horas por dia desde a praça Tienanmen. Reconhecemos que a demanda por este local ícone é muito grande e que, consequentemente, os anfitriões chineses tiveram que impor algumas restrições de horário ao acesso livre." Desde que conquistou o direito de sediar as Olimpíadas, em 2001, a China prometeu dar à mídia os mesmos direitos de reportagem que ela teve em Jogos Olímpicos anteriores. Sob os regulamentos que entraram em vigor no início do ano passado e devem terminar após as Olimpíadas e as Paraolimpíadas, as restrições ao trabalho jornalístico foram relaxadas. A organização Human Rights Watch disse em relatório divulgado na segunda-feira que a China quebrou sua promessa de liberdade para a mídia e que jornalistas que trabalham no país ainda relatam casos de obstrução e cerceamento de seu trabalho.