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Vídeo publicado por sobrinho mostra último registro de Godard antes do suicídio assistido; veja

Nas imagens inéditas, o cineasta aparece em casa; ele morreu no início do mês, com auxílio de recurso legalizado na Suíça

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Por Redação
Atualização:

Um vídeo inédito divulgado por Paul Grivas, diretor e sobrinho de Jean-Luc Godard, mostra aquele que pode ser considerado o último registro em vida do tio. O cineasta morreu no início deste mês, aos 91 anos, por suicídio assistido. As imagens, com pouco mais de 40 segundos de duração, foram publicadas na plataforma Vimeo neste domingo, 25.

No vídeo, que foi gravado pelo próprio Godard, o diretor aparece em casa, fumando um charuto enquanto encara a câmera. Alguns segundos depois, ele levanta da cadeira e encerra a gravação. No título da publicação, o sobrinho escreveu “Oh! Revoir”, que quer dizer “Ver de novo”, em tradução livre para o francês; um trocadilho com o termo “Au revoir”, o “tchau” naquele idioma.

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O cineasta franco-suíço Jean-Luc Godard morreu no dia 13 de setembro, por suicídio assistido, conforme comunicou o jornal francês Liberation, a partir de informações da família. “Ele não estava doente, estava apenas exausto. Ele havia tomado a decisão de terminar. Foi uma decisão dele e Godard achava que era importante que fosse conhecida”, disse um amigo próximo.

Mesmo sem sofrer de nenhuma doença, ele optou por deixar a vida com auxílio de um profissional. O suicídio assistido é legal em países como Holanda, Bélgica, Luxemburgo, Alemanha, Espanha, Canadá, alguns Estados dos Estados Unidos. Mas só pode ser aplicado em casos de doenças terminais e incuráveis, que gerem sofrimento insuportável ao paciente. Na Suíça, onde morreu Godard, essas condições não são necessariamente pré-requisitos. Lá, a interpretação de “sofrimento insuportável” é mais ampla.

Conhecido por uma filmografia radical e politicamente ativa, Godard esteve entre os diretores mais aclamados de sua geração com filmes clássicos como Acossado (À bout de souffle), que o lançou para o cenário mundial em 1960. Esse filme, que marcou sua estreia cinematográfica, revolucionou o cinema popular e logo colocou Godard como um dos diretores mais vitais e provocadores do mundo. Ele reescreveu as regras para câmera, som e narrativa.

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