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Villas Boas é candidato a vaga na ABL

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Por Agencia Estado
Atualização:

O sertanista e indigenista Orlando Villas Boas é o mais novo candidato à imortalidade. Esta semana, ele enviou carta ao presidente da Academia Brasileira de Letras, Tarcísio Padilha, que confirmou a inscrição hoje à tarde. Aos 87 anos, Villas Boas tem dez livros lançados, sempre sobre sertanejos e índios, e atualmente trabalha em sua biografia, ainda sem prazo para ser lançada. Com ele, o número de candidatos sobe para sete. Segundo seu filho, Noel Villas Boas, entrar para a Academia seria o reconhecimento de seu trabalho junto aos índios brasileiros e de sua obra escrita. "Assim, todos saberão que os Villas Boas são homens de ação e de idéias", disse Noel. O indigenista ainda não traçou um plano de visitas aos acadêmicos, conforme reza o protocolo da casa de Machado de Assis, nem fez o cálculo de quantos votos poderá ter no pleito. "Ainda é muito cedo, pois ele tomou a decisão esta semana e só a teve confirmada hoje." Com a candidatura de Orlando Villas Boas, a disputa pela vaga de número 21, que já foi ocupada também pelo dramaturgo Dias Gomes, torna-se mais acirrada. Na semana seguinte à morte de Roberto Campos, o escritor Paulo Coelho, o cientista social Hélio Jaguaribe e o diplomata Mário Gibson Barbosa se declararam candidatos, dividindo os votos dos 38 imortais vivos. Desde então, candidataram-se também João Ricardo Moreno, Pio Correia e Oliveiros Litrento. A eleição acontece no dia 21 de março do ano que vem. Os irmãos Villas Boas, Cláudio, Leonardo (já falecidos) e Orlando, começaram a participar de expedições à Amazônia e ao Centro-Oeste nos anos 40, com o objetivo de desbravar regiões desconhecidas e localizar pontos adequados para fundar cidades. Contactaram tribos como os xavantes, jurinas, kayabis, txucarramães e defenderam a criação do Parque Nacional do Xingu, efetivada em 1961. Aposentou-se em 1975, mas não abandonou o trabalho na Fundação Nacional do Índio (Funai). Isso só ocorreu no início de 2000, quando foi afastado por acumular uma aposentadoria e o salário, o que não era permitido. O episódio causou comoção entre estudiosos da questão indígena e, desde então, Villas Boas vive em São Paulo.

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