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5G: Teles aceleram investimentos e cobertura cresce mais rápido que o esperado

Em São Paulo, que deveria receber em torno de 370 antenas até o fim deste ano, já existem 1,5 mil instaladas ou em fase de instalação

Foto do author Circe Bonatelli
Atualização:

A disseminação da cobertura da internet móvel de quinta geração (5G) está evoluindo mais rapidamente que o esperado pelas autoridades. O sinal já começou a ser ativado em cinco capitais e, em todos os locais, as operadoras instalaram mais antenas do que o exigido pelas regras da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

O balanço foi feito na quinta, 11, pelo ministro das Comunicações, Fábio Faria, durante o Seminário 5G.BR, organizado pela própria pasta para divulgar os resultados positivos para uma plateia formada por empresários do setor de telecomunicações em um hotel de luxo na zona sul de São Paulo.

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“As operadoras estão indo muito além (na instalação de antenas) do que foi obrigatório no leilão das frequências”, ressaltou o ministro em entrevista coletiva à imprensa nesta quinta-feira.

O maior exemplo é a cidade de São Paulo, que deveria receber em torno de 370 antenas até o fim deste ano, mas já existem 1,5 mil instaladas ou em fase de instalação. “Para cobrir São Paulo inteira serão necessárias 3,2 mil antenas. Então, só neste ano teremos metade de São Paulo conectada”, destacou.

A mesma situação é vista nas outras capitais onde o 5G já começou a ser ativado, segundo balanço feito por Faria. Em Brasília, a meta era de 93 antenas, mas o montante já chegou a 333. Em Belo Horizonte já são 158 antenas, enquanto o mínimo eram 78. Em Porto Alegre são 111 ante 45. E em João Pessoa, 51 contra 27.

“A difusão do 5G no Brasil, através do esforço dos operadores, tem sido acima da expectativa”, disse o presidente da Claro Brasil, José Félix, que também participou do evento. “Isso faz crer que vai se atingir todas as metas (de cobertura) antes de 2029 se seguir nesse ritmo, que eu espero que aconteça”, completou, referindo-se ao cronograma da Anatel para ativação das antenas, que começa pelas capitais e se estende pelo interior.

Mais tarde, em entrevista, Félix disse que a companhia vai apresentar planos específicos para o 5G dentro de dois meses e indicou a possibilidade de começar a faturar em alguma medida com a nova tecnologia. A abordagem da Claro tem sido cuidadosa no início das operações, ponderou o executivo. “A gente não sabe ainda como a população vai receber esse serviço, que benefício ela vai enxergar ou quanto está disposta a pagar”, explicou. “Em dois meses, no máximo, vamos ter novidades que façam sentido para o consumidor”.

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Expansão do 5G no Brasil tem sido acima da expectativa  Foto: Felipe Rau/Estadão

Até aqui, Claro, TIM e Vivo têm oferecido o 5G gratuitamente. Basta ter um celular compatível com a nova tecnologia e estar dentro da área de cobertura - que está na fase inicial. A TIM, por sua vez, criou um plano com pacote adicional de dados e navegação ilimitada no seu serviço de streaming de jogos - o que é gratuito agora e será cobrado no futuro.

Também presente no evento, o presidente da TIM, Alberto Griselli, antecipou ao Estadão/Broadcast que vai turbinar a instalação de antenas em algumas capitais nesta largada (com mais que o dobro de antenas exigido) como forma de causar uma boa impressão nos consumidores. A medida também ajudará a estimular a venda de planos com mais dados e maiores preços. Em São Paulo, a TIM saiu na frente de Claro e Vivo em número de antenas, cobrindo 96 bairros, enquanto as rivais ficaram na faixa de 50. A mesma estratégia está sendo preparada para Curitiba e Rio, segundo ele.

Efeitos na cadeia produtiva

Com a cobertura crescendo rapidamente, as vendas de equipamentos de rede para o 5G tendem a ultrapassar as encomendas para o 4G no Brasil a partir do ano que vem. A estimativa é do presidente da Ericsson na América Latina, Rodrigo Diestmman. “Estamos preparados para vender mais 5G do que 4G a partir de 2023. Hoje, o 5G já representa 25% das nossas vendas”, afirmou o executivo em entrevista ao Broadcast durante o evento. A Ericsson tem contratos com Vivo, TIM e Claro.

A despeito da crise global nas cadeias logísticas, a Ericsson contornou a situação e não tem problemas para entregas dos pedidos, afirmou. A companhia também conta com uma fábrica em São José dos Campos (SP), que abastece o mercado local e realiza exportações.

Na sua avaliação, há um grande apetite das teles para implementação das redes e antenas 5G o mais rápido possível. Além de contribuir para atrair clientes, as antenas 5G consomem menos energia e são mais eficientes para o tráfego de dados em comparação com o 4G. “As teles têm muitos estímulos para ativar o 5G”, disse.

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