63% dos consumidores não pretendem comprar no 4º trimestre

Indicador de intenção de compra tem o 2º pior nível em 7 anos

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Por Agencia Estado
Atualização:

A maioria dos consumidores não pretende ir às compras no último trimestre do ano. De acordo com pesquisa do Programa de Administração de Varejo (Provar), da Fundação Instituto de Administração (FIA), desenvolvida em parceria com a consultoria Canal Varejo, 63,2% dos entrevistados não planejam adquirir produtos entre outubro e dezembro. "O resultado surpreende porque é o segundo pior quarto trimestre desde 1999", afirmou o coordenador técnico da pesquisa, Luiz Paulo Fávero. De acordo com ele, apenas a intenção referente aos últimos três meses de 2002, período de renda retraída e acesso restrito ao crédito, teve porcentual semelhante. Na época, 63,8% não tinham a intenção de realizar compras no quarto trimestre. No mesmo período de 2005, o porcentual ficou em 52,6%; e de 2004, em 35,3%. Segundo o Provar, quase a totalidade dos segmentos pesquisados - automóveis, autopeças, casa, mesa e banho, eletroeletrônicos, foto e ótica, informática, linha branca, material de construção, móveis e telefonia e celulares - possuem intenção de compra baixa para o quarto trimestre. "Estamos entrando num pico sazonal de vendas, mas a população ainda está endividada", disse Fávero. O resultado, informou o programa, deve-se principalmente à sobreposição de financiamentos e à saturação dos meios de crediário verificado no segmento de bens duráveis. Na lista de possíveis compras, estão produtos do segmento de informática, em primeiro lugar, com 7,2% de intenção. Na seqüência, os itens da linha branca, com 6,8%. O segmento de telefonia e celular mantém o terceiro lugar, com 6,6%. O Provar ressalta que essas áreas registraram queda significativa em relação ao trimestre anterior, com índices de 30,77%, 49,25% e 42,11%, respectivamente, da intenção de compra no período. Apesar da fraca disposição para o consumo, foi verificado aumento na quantia prevista para o gasto na maioria dos segmentos. Segundo Fávero, houve incremento de 20% em relação à média prevista para desembolso no último trimestre do ano passado, já descontada a inflação do período. De acordo com o Provar, o aumento no valor do gasto ainda tem sido estimulado pela pequena elevação dos níveis de emprego e renda, após períodos de consumo retraído. No quarto trimestre de 2005, em relação ao de 2004, o crescimento foi de 23%. O segmento de autopeças registrou incremento de 23,44% nesse valor, passando de R$ 320, na pesquisa referente ao terceiro trimestre deste ano, para cerca de R$ 1.035, prevista para o último. Já o segmentos de móveis, um dos últimos produtos na lista de intenção de compras, com apenas 2,8% do total, teve aumento de 118,68% na previsão de gastos, passando de R$ 668 para R$ 1.461. Na avaliação do coordenador da pesquisa, haverá alta de 2% no faturamento da área de bens duráveis no quarto trimestre deste ano, em relação aos iguais meses de 2005. No período anterior, entre 2004 e 2005, o crescimento ficou em 7%, destacou Fávero, devido à aceleração da oferta de crédito na época. A pesquisa deste trimestre foi realizada com 500 consumidores da cidade de São Paulo, entre os dias 10 e 20 de setembro.

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