JOÃO FERNANDO Não é só com aplausos que sonham os participantes do Ídolos. Agora, os olhos dos candidatos ao posto de estrela do reality da Record brilham com o prêmio de R$ 500 mil, a grande novidade da quinta temporada, que estreia hoje, às 22h45, sob o comando de Marcos Mion, que herdou o cargo de Rodrigo Faro. "Nas outras edições, não havia dinheiro para investimento na carreira. Agora, a Record vai orientar o candidato. Ele não vai precisar do prêmio para comprar casa e ajudar a família. O objetivo é outro", explica Fafá de Belém, uma das novas juradas da atração, que dividirá a bancada com o novato Supla e o veterano Marco Camargo, presente desde a primeira edição. Uma das contradições do reality é que os vencedores das edições anteriores não viram suas carreiras decolarem. "O programa não tem essa meta de transformar a carreira. Ele dá a oportunidade, seleciona uma pessoa que tenha condições de se tornar uma estrela no Brasil. Não somos empresários nem produtores. Temos a missão de fazer programas. Entregamos para o público brasileiro", justifica Mafran Dutra, presidente do comitê artístico da Record. Na quinta temporada, os participantes terão mais espaço e aparecerão em vídeos produzidos por eles mesmos, exibidos ao longo do programa. "Eles gravaram a jornada deles de casa até as audições", conta Fernanda Telles, diretora artística do reality. Entre uma prova e outra, os candidatos poderão renovar o bronzeado. É que em vez do confinamento em uma mansão e as apresentações em um teatro, em uma das etapas avançadas da competição, eles se hospedarão em um resort. "Quisemos tirá-los do teatro sombrio, mas mantivemos a pressão. Desta vez, eles terão de aprender as músicas de um dia para o outro", adianta o diretor-geral Wanderley Villa Nova. Voz brasileira Acostumado a ir direto ao assunto com os candidatos, Marco Camargo vai manter seu estilo. "Falando a verdade, eu me considero o melhor amigo daquela pessoa. Quando eu falo 'Você não canta nada', é para ela levar um choque e procurar outra profissão", dispara. Fafá de Belém também não deve ser a boazinha do grupo. "Se imitarem alguém, esse é meu critério de eliminação. Quero encontrar uma voz brasileira. Tem gente que canta como Whitney Houston e Mariah Carey, que não são vozes brasileiras", avisa. A cantora vai cortar as asas de quem só quer os estrelato. "Hoje, todo mundo quer ser celebridade. Sucesso é uma coisa, carreira é outra." Pelo fato de ser roqueiro, Supla acredita que os calouros têm receio que não lhe agradarão se cantarem outros estilos. "Os que cantam sertanejo vêm morrendo de medo. Gosto de rock'n'roll, mas gosto de música boa. Porém, se o cara vier usando sapatênis, eu vou avaliar", brinca o loiro, que quase decorou canções de Chitãozinho & Xororó. "Eu sonhei com o Supla cantando Evidências", diverte-se Fafá. Acostumado a fazer graça em cima dos outros, Marcos Mion vai mudar de papel no reality. "Minha obrigação não é julgar. Recebo os candidatos depois de eles passarem pelos jurados, recebo todo o tipo de emoção", conta o apresentador, que pediu dicas a Faro. "Ele avisou que eu ia me cansar muito. De fato, é exaustivo", comenta Mion, que, nas audições em cinco cidades, precisou estar de pé às 6h. ::