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A revolução dos pagamentos em tempo real

Hoje, 72% do mundo tem infraestrutura de transações instantâneas já implementada ou em vias de ser

colunista convidado
Por Filiberto Galarraga

Os pagamentos em tempo real têm sido uma realidade para a indústria financeira há quase 50 anos. Iniciaram com o sistema de pagamentos do Japão, em 1970. Depois, Reino Unido, China e Índia se sobressaíram com estruturas próprias. Hoje, vivemos uma revolução, com novos sistemas sendo criados ou ainda revisados no mundo. São iniciativas que envolvem diversos atores do mercado, com impactos nos mais variados segmentos.

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O The Global Payments Report 2022, pesquisa da Worldpay from FIS, apresenta dados que ajudam a dimensionar esta corrida. Pelo estudo, havia 14 modelos de meios de pagamentos em tempo real no mundo em 2014 e 56 em 2020. Todo ano novas iniciativas são postas em operação, como nos Emirados Árabes Unidos, Argentina e Colômbia. Hoje, 72% do mundo tem uma infraestrutura dessa natureza já implementada ou em vias de ser.

Para que os negócios se desenvolvam globalmente, os meios de pagamento instantâneos existentes precisam oferecer uma forma conjunta de aceitar e transferir dinheiro, e temos observado essas movimentações.

Em 2021, a Comissão da União Europeia aprovou o P27 – primeira plataforma digital do mundo que reúne os seis maiores bancos dos países nórdicos –, que permitirá a empresas e consumidores fazerem pagamentos domésticos e internacionais em tempo real, em lotes e em múltiplas moedas entre si.

Atualmente, 72% do mundo tem uma infraestrutura dessa natureza já implementada ou em vias de ser Foto: Leo Souza/Estadão - 16/11/2020

Agências governamentais de vários países têm usado pagamentos instantâneos para pensões, benefícios, taxas e multas. No e-commerce, vimos incentivo a transações em tempo real. Na Argentina, dois meses após o lançamento do Transferencias 3.0, mais de cem mil empresas e 50 mil lojas passaram a aceitar pagamentos com QR Code. Já a Colômbia está para expandir e oferecer pagamentos com foco em negócios por meio da API aberta.

O crescimento do volume de transações instantâneas torna-se uma consequência de medidas aplicadas localmente. Em 2021, o Brasil chegou a 5 milhões de transações por dia e, para promover o uso do Pix, está sendo solicitado a instituições, incluindo fintechs, que participem desse meio de pagamento se tiverem mais de 500 mil contas de clientes ativas.

Os pagamentos instantâneos desempenharão papel importante para a inovação do setor. A combinação de Open Banking e infraestrutura de transações instantâneas criará alternativas a clientes e novas maneiras para estabelecimentos e empresas atuarem. Os pagamentos em tempo real ajudarão a impulsionar o crescimento e a redistribuição de participações de mercado e tipos de pagamento. A revolução só começou. / FILIBERTO GALARRAGA É DIRETOR DE NEGÓCIOS BANCÁRIOS E DE PAGAMENTOS DA FIS PARA AMÉRICA LATINA

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