Depois de o dólar ultrapassar a barreira do R$ 5, o ministro da Economia, Paulo Guedes, entrou no jogo do combate dos efeitos do novo coronavírus com o anúncio de uma injeção de R$ 28 bilhões na economia.
O foco dessa ação inicial foi atender a população mais vulnerável à doença, os mais idosos que recebem 13% salário do INSS. O governo também vai propor a redução do teto do juro do consignado e avisou que pode liberar um novo saque imediato do FGTS.
De alguma forma, é uma ação inicial que dá um alívio inicial porque a impressão até agora era a de inação do governo, com apenas o Banco Central atuando na frente de combate na área financeira. A derrota na votação da Congresso que permitiu a ampliação do benefício de assistência social, o BPC, tinha piorado o quadro e mostrado um governo perdido na coordenação das medidas.
São medidas que de alguma forma, nessa fase inicial, contém o ímpeto que vem de todos os lados, inclusive de lideranças do Congresso e ministros, para Guedes atender demandas setoriais, sem que a equipe econômica tenha claramente um mapa do estrago que crise pode fazer.
Uma dessas pressões vem do ministro de Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, trabalha para garantir um socorro às empresas áreas. Diante da gravidade do impacto da crise para o setor, essa é uma medida que dificilmente o time de Guedes conseguirá resistir.
Como as medidas anunciadas não alteram substancialmente o quadro das despesas (já que tratam de antecipação orçamentária), no momento não há indicação da necessidade de mudanças da meta fiscal de 20200. Mas a mudança poderá ocorrer,“se o coronavírus exigir”, avisou à coluna um integrante da equipe econômica.
* É JORNALISTA