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Com mudanças no clima, inteligência artificial vira aliada contra a estiagem

Empresas instaladas no Brasil desenvolvem sementes resistentes à seca e às pragas com o uso de tecnologia de ponta

Foto do author José Maria Tomazela

Com as mudanças climáticas, as temporadas de seca têm se tornado mais comuns e obter sementes de soja resistentes à seca mobiliza empresas do setor, sobretudo após o ciclo de estiagem que atingiu a região Sul do País nas três últimas safras. Na tarefa, companhias apostam até na inteligência artificial (IA) para criar variedades cada vez mais resistentes.

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A TMG-Tropical Melhoramento & Genética, em parceria com a Bioceres Crops do Brasil, já tem no mercado duas cultivares com tecnologia HB4 que confere à planta maior tolerância ao estresse hídrico, reduzindo a perda de produtividade. Por ora, a produção dessas sementes ocorre em circuito fechado.

A Basf desenvolveu a Credenz, uma marca de semente de soja verticalizada com 28 variedades no mercado, com para todas as regiões do País. Na safra 2023/24, são quatro variedades lançadas e 7 ainda a serem lançadas oficialmente. Em tempos de El Niño, a empresa tem recomendado, especialmente para o Cerrado, variedades que suportam altas temperaturas e mais adaptadas à falta de chuva. São plantas com resistência genética ao nematoide de cisto, praga que adere à raiz da planta e dificulta a absorção de água e nutrientes.

De olho no futuro, a Basf trabalha no desenvolvimento de biotecnologias que vão contribuir para melhorar ainda mais a eficiência da produção agrícola brasileira. “Um dos destaques d é uma plataforma inovadora de traits de soja, que inclui a proteção da soja contra nematoides, combinada com a tolerância a herbicidas de diferentes modos de ação. A previsão de lançamento desta solução é para o início da próxima década no Brasil”, informou a empresa.

Entre as milhares de aplicações da inteligência artificial, está a de analisar dados agropecuários Foto: Damir Sagoli / Reuters

A Bayer renovou seu portfólio de sementes com 500 novos híbridos e variedades, além do lançamento de 10 novas formulações em produtos de proteção de cultivos e mais de 250 novos registros. Com um dos maiores bancos de germoplasmas do mercado agrícola, a Bayer está inovando as tecnologias de melhoramento genético existentes e, ao mesmo tempo, desenvolvendo a próxima geração de ferramentas, como edição gênica, para criar sementes projetadas para milho, soja, algodão e vegetais.

O programa de melhoramento genético de precisão ajuda a aumentar a produtividade e a eficiência agrícola. Por meio da inteligência artificial (IA) é possível desenvolver as sementes certas para cada condição. Além disso, a empresa está avançando em híbridos de culturas básicas como arroz e trigo, para melhorar sua produtividade e sustentabilidade. O arroz com semeadura direta tem o potencial de transformar a produção, reduzindo o consumo de água e aumentando a produtividade.

A empresa desenvolveu também o Sistema de Milho Inteligente Preceon, que proporciona redução da altura da planta, gerando menor risco de perdas causadas por ventos fortes, mais precisão no uso de produtos de proteção de culturas e aplicações de nutrientes. A IA ajuda a Bayer a projetar a próxima geração de produtos para proteção de cultivos, colocando a sustentabilidade e a redução do impacto ambiental como prioridades, diz a empresa.

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