A iRancho, startup de gestão de fazendas de pecuária de corte, está ampliando a operação de sua plataforma dentro e fora do Brasil. O estímulo vem da demanda crescente dos pecuaristas por ferramentas digitais para rastreabilidade do rebanho, diz Thiago Parente, cofundador e presidente da agtech.
Com atuação no Paraguai, Bolívia, Estados Unidos, Inglaterra e México, a startup pretende fortalecer sua presença na América Latina, especialmente no Paraguai e na Argentina. “É um momento em que o pecuarista, conectado, busca soluções para melhorar a gestão de sua fazenda”, diz Parente. Ele lembra que frigoríficos e consumidores cobram cada vez mais informações sobre origem e segurança do alimento.
Novos aportes
Para ampliar sua atuação, a iRancho projeta captar R$ 12 milhões em rodada de investimento até o fim do ano. O aporte vai para a inserção de funcionalidades na plataforma, entre elas um módulo de integração lavoura-pecuária-floresta e versões em inglês e espanhol.
No radar
Com a expansão, a iRancho prevê aumentar o rebanho rastreado para 5 milhões de bovinos até 2025, ante os atuais 2 milhões de animais. O faturamento, pelos cálculos da agtech, deve quadruplicar para R$ 9,8 milhões até 2025. Neste ano, a empresa estima dobrar a receita e alcançar R$ 2,6 milhões.
Horizonte
A Associação Pantaneira de Pecuária Orgânica e Sustentável (ABPO) e a ONG Wetlands Internacional querem criar um selo de origem para certificar a produção pecuária do Pantanal. A Indicação Geográfica sinalizará a Procedência de Origem da carne produzida no bioma. “O próximo passo é buscar o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) do Ministério da Economia”, diz a ABPO. A expectativa é de que, com o reconhecimento, o produto seja mais valorizado e se “tenha certeza” sobre o que é comercializado.
Fora da chuva
A perspectiva de uma colheita abundante de milho segunda safra no Brasil faz a Ipesa, empresa argentina de silos-bolsas, projetar vendas 20% maiores este ano no País. Com 45% do mercado nacional, prevê demanda para 70 mil a 75 mil unidades no ano-safra que começou em julho de 2021. Empresas do segmento devem comercializar entre 155 mil e 160 mil silos-bolsas até o fim da colheita, o suficiente para armazenar 12% da produção nacional de grãos, resultado de 11% a 18% acima do ciclo passado.
Proteção
Demian Baum, diretor da Ipesa no Brasil, atribui o crescimento sobretudo a maior aceitação do equipamento pelos produtores. A safrinha volumosa de milho, principal commodity armazenada nos silos, e os preços remuneradores do cereal também contribuem para o avanço do setor, avalia. “Metade das vendas de silos-bolsas deve ir para milho, 40% para soja e os outros 10% para demais culturas”, projeta.
De volta
A empresa de logística Hidrovias do Brasil voltou a operar no Porto de Santos (SP). No terminal STS20, arrematado em leilão em 2019, atracou na semana passada um navio de fertilizantes. Grande parte das reformas e investimentos previstos no edital de concessão já foi feita, e as obras devem ser concluídas até outubro, diz Ricardo Cerqueira, diretor de Operações Santos. O terminal tem capacidade para movimentar 1,5 milhão de toneladas/ano de fertilizantes e sais.
Valor extra
O volume certificado de soja no Programa 3S, iniciativa da trading Cargill que promove aprimoramento da sustentabilidade nas propriedades rurais, aumentou 11% na safra 2021/22, disse a empresa. Cerca de 55% do lucro líquido obtido com as vendas dos grãos certificados será destinado ao pagamento de prêmio aos produtores. Neste ano, 175 agricultores receberão a bonificação.
Biodiesel
A Frente Parlamentar Mista do Biodiesel (FPBio) reivindica aos futuros governantes uma posição sobre a política nacional do biodiesel. Em documento que vem sendo entregue aos candidatos à Presidência, a frente pede que o diesel B14 (com 14% de biodiesel) entre em vigor em janeiro de 2023 e que o B15, em março. Hoje, vigora o B10.
Mercado divido
Cotonicultores se encontram nesta semana em Salvador (BA), no 13.º Congresso Brasileiro do Algodão, no momento em que planejam o plantio da safra 2022/23. A alta de mais de 50% dos custos leva à perspectiva de reduzir a área plantada. Porém, com a recente valorização da fibra, o recuo pode não ocorrer.
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