Estudo da Economática revelou que o preço do ouro em dólar, no mercado interno, acumula uma valorização de 10,1% em 2002, até o dia 2 de agosto. Trata-se do maior ganho anual acumulado desde 1989, quando essa alta foi de 33,6%. Veja abaixo a tabela completa com o histórico da oscilação do preço do ouro no mercado interno, levando-se em conta o preço do ativo em dólares. Data Data Oscilação anual (%) 1989 33,6 2002 * 10,1 1988 7,3 1993 4,1 1999 3,2 1992 2,4 2001 1,8 1995 0,4 1994 - 2,2 2000 - 3,1 1996 - 4,2 1998 - 4,3 1987 - 11,0 1991 - 11,7 1997 - 20,4 1990 - 51,3 * até 2 de agosto O desempenho do preço do ouro internamente é compatível com o mercado externo, dado que o ouro é uma commodity e, portanto, o seu preço é formado no mercado internacional e independe da região onde o minério foi extraído. A cotação no Brasil toma por base os negócios na Bolsa de Nova York, em dólar, referentes à onça troy - uma medida de peso equivalente a 31,1035 gramas. No acumulado do ano, até o dia 2 de agosto, a cotação da onça troy registra uma alta de 8,7%. Em períodos de incerteza, o investidor tende a aumentar a demanda por ativos reais, como o ouro, o que pode pressionar para cima as cotações. O fato é que, após os atentados terroristas de 11 de setembro, e com o forte desaquecimento da economia norte-americana no final do ano passado e a baixa expressiva das Bolsas nos Estados Unidos, o investidor passou a optar pela aplicação em ouro, o que contribuiu para a alta do metal. Ouro é a melhor aplicação no ano No mercado interno, levando-se em conta o preço do ativo em reais, a alta foi de 43,7% no período, o que coloca a aplicação em ouro como a melhor opção no ano (veja o ranking completo no link abaixo). Nesse resultado fica evidente que a forte alta foi provocada muito mais pela valorização da moeda norte-americana, que nesse ano acumula uma alta de 36,66% até hoje, do que propriamente pelo ganho com o ativo. A diretora técnica do Instituto Brasileiro de Certificação de Planejadores Financeiros (IBCPF), Márcia Dessen, avalia que a escolha pelo ouro é recomendada apenas para quem busca atrelar parte de seus investimentos à valorização do metal. "O ouro não é recomendado para quem busca uma aplicação vinculada à taxa de câmbio, já que, nesse caso, há outras opções que acompanham mais fielmente o comportamento da moeda norte-americana, sem a influência do preço de uma commodity, como os fundos cambiais", destaca. Como investir em ouro Quem pretende investir em ouro pode comprar o ativo no mercado à vista ou no mercado de opções, embora este possua um volume pequeno de negócios. As duas opções são feitas na BM&F. No caso da compra do ativo no mercado à vista, depois de efetuar a compra do certificado de ouro, o investidor recebe uma declaração de posse, mas o ouro físico fica em poder da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), que cobra 0,07% ao mês, ou de sete outros bancos autorizados a guardá-lo, mas que cobram mais caro (ver cartilha no link abaixo). Caso o investidor queira ficar com o ouro propriamente dito, deve ir ao banco depositário - onde o ouro está guardado - e resgatá-lo. Os contratos de ouro mais negociados equivalem a 250 gramas do metal, mas existem outros, que negociam quantidades menores do metal. É possível também comprar metal diretamente de uma instituição financeira, mas o investidor deve estar atento à forma como ele será entregue. A recomendação é de que ele venha lacrado e com certificado do banco responsável pela venda. A alíquota de Imposto de Renda (IR) da aplicação é de 20% e incide sobre o ganho apurado na data do resgate, qualquer que seja a forma com que se efetuou a compra. Veja no link abaixo mais informações na cartilha de Investimentos - Ouro.