AmBev lucra R$ 2,8 bilhões, quase o mesmo que em 2006

Empresa cresceu principalmente nos mercados do Brasil e da Argentina

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A cervejaria AmBev registrou lucro líquido de R$ 2,8 bilhões em 2007, o que representa um crescimento de apenas 0,36% em relação a 2006. A receita líquida aumentou 11,55% e chegou a R$ 19,648 bilhões. Mesmo tendo perdido um ponto porcentual de participação no mercado de cervejas no Brasil - onde cada ponto representa R$ 100 milhões em vendas por ano -, os resultados do balanço da AmBev agradaram os analistas financeiros. ''''Os números do quarto trimestre da empresa mostram crescimento em dois dos mais principais mercados do segmento na América Latina, onde ela tem forte presença, que é o argentino e o brasileiro, o que indica uma perspectiva positiva'''', diz um analista, que prefere não se identificar. O lucro por ação ficou em R$ 7,41, um valor 15,5% acima do obtido ano anterior. Segundo o presidente da AmBev Luiz Fernando Edmond, o lucro ficou praticamente estável em comparação a 2006 porque a empresa teve gastos extraordinários com as compras realizadas ao longo do ano: a cervejaria Cintra, no Brasil; a Lakeport, no Canadá; e o aumento para 100% de participação na Quinsa da Argentina. ''''Houve evolução satisfatória tanto das vendas de cervejas, quanto das de refrigerantes, e com isso a receita líquida cresceu 10,4%, para R$ 19,6 bilhões no ano'''', destaca ele. O volume de vendas no ano foi 5,8% maior do que no ano anterior. A empresa está presente em 14 países nas Américas e é controlada pela maior cervejaria do mundo, a belga InBev. O pior desempenho da companhia, presente nas três Américas, foi na região da Venezuela. No Canadá, onde a estagnação do mercado local e a acirrada concorrência não permitem os crescimentos a que a companhia está habituada ao sul do Equador, a AmBev registrou um crescimento de 6,4% em relação ao ano anterior. As melhores perspectivas para a companhia em 2008, diz Edmond, estão na América Latina. Há programação de fortes investimentos na região, com novas fábricas previstas para Argentina, Bolívia e Brasil. No Brasil, onde o crescimento das vendas de cerveja foi de 5,5% e de refrigerantes de 10,6% em 2007 quando comparado ao ano anterior, a companhia aposta em manutenção do ritmo de crescimento. Por isso mesmo, Edmond vê possibilidades de uma nova fábrica, ou ampliação de instalações de unidades já existentes, no Sudeste do País, sem que seja descartado o plano de uma nova planta no Norte. ''''Como o crescimento do mercado no Sul/Sudeste se acelerou mais rapidamente do que projetamos e o do Norte desacelerou, estamos nos voltando para esses mercados em expansão'''', explicou Edmond, citando o adiamento da nova fábrica no Pará, que havia sido anunciada na apresentação dos resultado do terceiro trimestre de 2007. A perda de um ponto percentual de mercado em cervejas - de 68,8% em 2006 para 67,8% em 2007- foi atribuída pela empresa à demora dos concorrentes em reajustar o preço da bebida. Normalmente, quem puxa o setor cervejeiro com reajustes no começo do ano - em torno de 4,5% em 2007 - é a AmBev. Em contrapartida, no segmento de cervejas premium - em que as marcas comercializadas têm preço médio 20% acima das outras -, a AmBev apresentou aumento de 16% nas vendas, enquanto as dos concorrentes cresceram em média 7%. Segundo Edmond, a AmBev aproveitou o crescimento da economia e trouxe mais cervejas importadas da Bélgica.

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