Analistas recomendam papel e celulose

Especialistas de mercado acreditam que os balanços de empresas de papel e celulose serão melhores no terceiro trimestre frente ao início do ano.

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Por Agencia Estado
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Os balanços de empresas de papel e celulose serão melhores no terceiro trimestre frente ao início do ano, segundo avaliação de analistas de mercado. Para eles, o bom desempenho será conseqüência de uma conjunção de fatores. Para o analista Thomas Souza, da Merrill Lynch, a elevação do volume de vendas no mercado doméstico, impulsionada pelo crescimento da demanda interna, é um deles. Ele disse que, além do aquecimento econômico, o resultado será influenciado pelo forte redirecionamento da produção para o mercado doméstico, em detrimento das exportações. Para a analista da BBVA Corretora Catarina Pedrosa o comportamento é explicado pelas melhores margens oferecidas no Brasil. Segundo ela, a redução de custos com fretes e serviços, verificada quando a empresa vende dentro do próprio país, aumenta o retorno do investimento. Os analistas apontaram que as companhias estão se beneficiando do bom momento vivido pelos preços, especialmente os da celulose. A tonelada do produto passou de cerca de US$ 500,00, na média de 1999 para US$ 690,00 em julho passado. No último dia primeiro, os produtores decidiram manter esta cotação até o fim do ano. A opinião de Catarina contrasta com a do analista do Bear Stearns, David Wheeler. Para ele, as cotações devem começar a cair no começo de 2001. Segundo Wheeler, a medida deste declínio e o tempo de duração irá depender das estratégias adotadas pelos grandes competidores norte-americanos e europeus. O analista acredita que o mercado foi surpreendido por um aumento da oferta destes produtos, nos últimos meses, por causa do processo de consolidação pelo qual estão passando. Ele disse ainda que as empresas tiveram ganhos de produtividade ao aproveitar as sinergias entre suas linhas de produção. Os analistas concordam que as empresas de papel e celulose do Brasil têm vantagens competitivas frente às concorrentes internacionais. Segundo eles, isso confere uma boa margem de segurança ao negócio, já que os produtos são bem aceitos no exterior. Cotação da celulose beneficia companhias brasileiras Para Catarina Pedrosa, do BBVA, a atual cotação da celulose em US$ 690,00 por tonelada beneficia as companhias brasileiras, mesmo desagradando os grandes "players" mundiais. A vantagem competitiva, segundo ela, estaria centrada nas condições climáticas do País, que favorecem o crescimento das árvores. Além disso, a maioria das empresas locais consegue baratear custos por serem integradas, isto é, controlam todo o processo produtivo, desde o plantio até a produção do papel. No entanto, destacou Thomas Souza, da Merrill Lynch, este mesmo preço está provocando uma redução nos ganhos das empresas de celulose estrangeiras, cujos custos são maiores. Mesmo os ganhos das companhias que fabricam papel estão caindo por causa da concorrência. No terceiro trimestre houve entrada em operação de novas máquinas de papel na China e alguns aumentos de capacidade no mundo. O resultado foi a elevação da oferta e a queda nos preços.

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