Os supermercados brasileiros devem sofrer certa desaceleração nas vendas em maio, seguindo o processo de acomodação já visto em abril, após a disparada vista nos três primeiros meses do ano. No mês passado, as vendas reais do setor cresceram 0,19 por cento na comparação com abril de 2011, informou nesta terça-feira a associação que representa os supermercadistas no país, Abras. Em relação a março, porém, houve queda de 2 por cento. Uma trajetória de acomodação das vendas já era esperada após o salto no primeiro trimestre, favorecido pela combinação entre aumento de renda da população e fatores sazonais. Nesse sentido, a Abras já havia previsto um desaquecimento das vendas em abril ante março, decorrente da comemoração da Páscoa no início do mês passado. "Agora o nível está mais normalizado, mas ainda positivo no acumulado do ano", disse o presidente da Abras, Sussumu Honda. "Depois da segunda quinzena de maio, houve certa redução no ritmo (de vendas)". Ele atribuiu o movimento a uma "ressaca" depois de uma série de feriados que favorecem as vendas. Nos quatro primeiros meses do ano, as vendas acumularam alta de 6,08 por cento e, embora o resultado esteja acima da previsão da entidade, de aumento entre 3,5 e 4 por cento no fechado de 2012, Honda afirmou ser necessário "esperar mais um pouco" para uma possível revisão da estimativa. "Vamos esperar o resultado de maio", disse. CESTA A Abras apresentou também os dados da cesta AbrasMercado, composta por 35 produtos e calculada pela GfK, que em abril subiu 0,44 por cento sobre o mês anterior, para 316,66 reais. Na comparação anual, o valor da cesta aumentou 5,37 por cento. Os produtos com maiores altas de preço em abril sobre março foram feijão (+11,11 por cento), batata (+6,16 por cento) e farinha de mandioca (+3,25 por cento). As maiores quedas foram tomate (-6,58 por cento), carne traseiro (-3,04 por cento) e massa para macarrão (-2,52 por cento). (Por Vivian Pereira)