BRASÍLIA - Depois de se reunir com a presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto, o presidente mundial da Audi, Rupert Stadler, anunciou investimentos de R$ 500 milhões, até 2016, para adaptar a fábrica que a empresa tem em parceria com a Volkswagem, para iniciar a produção dos dois novos modelos - A3 Sedan e o Q3, uma espécie de SUV. "Apesar do mercado de luxo ser ainda pequeno no Brasil, a expectativa é que ele cresça 170% até 2020", declarou.
A nova fábrica das Audi será em São José dos Pinhais, no Paraná. O lançamento do A3 sedan será em 2015 e do Q3 só em 2016. A ideia da Audi é vender, em 2018, 30 mil carros por ano, considerando carros fabricados aqui e importados. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, que acompanhou a audiência no Planalto, lembrou que esta é a nona fábrica de automóveis que vem para o Brasil após ter sido criado o regime automotivo especial, o Inovar-Auto. "Isso mostra que o esforço que nós fizemos foi bem sucedido e as empresas estão, de fato, vindo e, as que já estavam aqui, expandindo suas atividades", declarou o ministro.Pimentel acrescentou ainda que "se não tivéssemos criado o regime, nós estaríamos, provavelmente, com metade do nosso mercado ocupado por carros importados, o que não faz nenhum sentido num país que tem indústria automobilística instalada, antiga e sólida, e que tem um mercado desse tamanho, o quarto mercado do mundo de automóveis". O presidente da Audi também elogiou o Inovar, reconhecendo que ele é uma "grande alavanca, um grande propulsor desse processo todo e ele que proporciona toda a perspectiva de investimento no Brasil".Na entrevista, o presidente da Audi disse que vê o Brasil "como um mercado muito promissor" e que espera que a economia daqui "continue crescendo e tenho esperança que vai dar tudo certo". Segundo Rupert Stadler, "é importante para Audi voltar ao Brasil e começar a fazer grandes investimentos aqui depois dos investimentos na China, na Rússia, na Índia, porque pretendemos aproveitar o grande crescimento do mercado brasileiro".Ao falar da perspectiva de crescimento do mercado de carros de luxo no país, o presidente da Audi ressaltou que "a situação econômica estável do Brasil, as perspectivas de crescimento da economia, que ainda estão muito boas, também as perspectivas do aumento do poder aquisitivo não somente da classe média como da população como um todo, que faz acreditar que haja mercado para tudo isso". Os carros a serem produzidos no Brasil custarão mais de R$ 90 mil cada. O ministro Fernando Pimentel explicou que "a leitura que a indústria automobilística está fazendo é que esse segmento de carros premium vai ter uma curva muito acentuada no Brasil, muito mais que a de carros populares, em função da mudança do padrão de renda, do crescimento da classe média". Na opinião do ministro, "isso é muito bom para a nossa indústria e para a economia brasileira porque o segmento de carros premium é onde você tem mais tecnologia embarcada na produção, e portanto vai atrair fornecedores de maior capacidade tecnológica, vai exigir trabalhadores de maior qualificação".O ministro lembrou que o Brasil nunca teve fábricas desse segmento, de automóveis de primeira linha, e agora já têm quatro anunciadas: A BMW, a Audi e a Mercedes-Benz, além da Land Rover, que está em vias de anunciar instalação aqui.
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