O dólar fechou em alta ante o real nesta segunda-feira, 27, à medida que investidores acentuaram as pressões compradoras por temores de que o surto de gripe suína possa reforçar o cenário de crise global. A divisa norte-americana encerrou a sessão com avanço de 1,32%, a R$ 2,220 para venda.
O dólar seguiu internamente um movimento de valorização global. No momento em que o mercado local de câmbio fechava, ante uma cesta com as principais moedas, a moeda norte-americana avançava em torno de 1,2%.
"As preocupações sobre o agravamento dessa gripe suína abateram os mercados. Isso contribuiu para que aqui o câmbio (dólar) se apreciasse", avaliou João Medeiros, diretor de câmbio na Pioneer Corretora.
No âmbito externo, as bolsas de valores dos Estados Unidos exibiam perdas, com investidores receosos com relação ao surto da doença, que já matou mais de 100 pessoas no México.
Com isso, ações de companhias aéreas norte-americanas, como American Airlines e Continental Airlines, despencavam mais de 10% no fim da tarde. Investidores temem uma queda brusca em viagens e no turismo.
Os índices em Nova York recuavam perto de 1% no momento em que as operações no mercado de câmbio doméstico se encerravam. No Brasil, a queda da Bovespa era de mais de 2%.
Clodoir Vieira, economista-chefe da corretora Souza Barros, considerou a alta nas cotações do dólar nesta sessão como reflexo de um movimento especulativo. "Quando o investidor recebe notícias ruins do mercado, ou ele sai (deixa de operar) ou especula", analisou o economista.
No mercado de câmbio doméstico, de acordo com os últimos dados disponibilizados pela BM&F, o volume de dólar negociado no segmento à vista girava em torno de US$ 2 bilhões, abaixo da média diária de abril, de US$ 3 bilhões.
O Banco Central anunciou nesta segunda-feira que fará no fim da tarde pesquisa de demanda para avaliar as condições de mercado para a realização de um leilão de swap cambial na terça-feira, com objetivo de rolar contratos que vencem na virada do mês.
De acordo com o BC, o volume de contratos que expira em 4 de maio equivale a US$ 5,7 bilhões. Nos últimos dias, operadores vinham apontando o não pronunciamento do BC sobre se rolaria ou não esses contratos como fator que pressionou as cotações do dólar.