Balança comercial registra superávit de R$ 2,16 bi em janeiro

Saldo positivo é 65,1% menor na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando o superávit foi de US$ 6,2 bi

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Atualização:

BRASÍLIA - A balança comercial brasileira registrou um saldo positivo de US$ 2,164 bilhões em janeiro. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgados nesta sexta-feira, 7, o superávit foi alcançado com exportações de US$ 25,18 bilhões e importações de US$ 23,016 bilhões.

O saldo em janeiro é 65,1% menor na comparação com janeiro de 2024, quando o superávit foi de US$ 6,2 bilhões.

Saldo positivo foi alcançado com exportações de US$ 25,18 bilhões e importações de US$ 23,016 bilhões.  Foto: Anderson Coelho/Estadão

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Em janeiro, as exportações registraram baixa de 5,7% na comparação com o mesmo período em 2024, devido à queda de US$ 430 milhões (-10,1%) em Agropecuária; recuo de US$ 1,12 bilhão (-13,6%) em Indústria Extrativa e crescimento de US$ 10 milhões (0,1%) em produtos da Indústria de Transformação.

Já as importações cresceram 12,2% em janeiro ante o mesmo mês do ano passado, com alta de US$ 100 milhões (20,3%) em Agropecuária; queda de US$ 110 milhões (-9,1%) em Indústria Extrativa e avanço de US$ 2,49 bilhões (13,4%) em produtos da Indústria de Transformação.

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Exportações

O diretor de Planejamento e Inteligência Comercial do MDIC, Herlon Brandão, afirmou que, embora menor que de 2024, o valor de exportações registrado no mês passado é o segundo maior da série histórica para meses de janeiro. As vendas somaram US$ 25,18 bilhões.

O resultado foi mais negativamente influenciado pela queda de preços, de 5,2%, já que o volume de vendas caiu apenas 0,9%.

Na agropecuária, os embarques foram impactados tanto pelo volume, que recuou 6,7%, como pelos preços, que caíram 4%. As exportações no setor somaram US$ 3,8 bilhões em janeiro, contra US$ 4,2 bilhões vendidos no mesmo mês do ano passado. A soja foi um dos produtos que mais influenciou neste número. A queda nos embarques foi de 70,1%, com recuo de 62,4% nos volumes e de 20,3% nos preços.

“Embora tenhamos uma safra maior de soja esse ano em relação ao ano passado, esse embarque de janeiro cai. Eu sempre destaco aqui que a safra, embora seja mais ou menos constante, o período de escoamento não é totalmente constante, varia um pouco ao longo do ano, dependendo das condições climáticas [...] Nesse ano observamos que provavelmente os maiores volumes vão ocorrer mais para frente no ano”, disse Brandão.

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Na indústria extrativa também houve grande queda de preço nas vendas para fora, com petróleo caindo a 16,1% e minério de ferro a 26,3%, o que puxou para baixo o valor exportado dessas duas commodities. Outro destaque negativo nas vendas

Entre os destaques positivos o diretor do MDIC citou as exportações de celulose (avanço de 44,2%), de carne bovina (crescimento de 10,5%) e de carne de ave (alta de 21,9%) em janeiro.

As vendas de café foram expressivas, com aumento de 79,4% em relação ao mesmo mês no ano passado, com alta de 9,5% no volume vendido, e de 63,8% nos preços.

Outro destaque dado por Brandão foi para as exportações à Argentina, que cresceram 57,9% em janeiro, número auxiliado pelas vendas do setor automotivo.

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Importações

Brandão disse que o valor de importações registrado no mês passado, de US$ 23,016 bilhões, é o maior da série histórica para meses de janeiro. A corrente de comércio também foi recorde, com US$ 48,2 bilhões no mês, contra US$ 47,2 bilhões registrados em janeiro de 2024.

O número de importações no mês passado foi mais impactado pelo avanço no volume, que cresceu 19,5%. A compra de bens de capital teve alta de 21,5% no volume. Esse indicador no caso dos bens intermediários cresceu 20,3% ante janeiro de 2024.

Brandão destacou, por exemplo, as importações de motores e máquinas não elétricos, que cresceu 56,7% no mês passado. No caso dos combustíveis, a importação teve alta de 3,4%, impactada positivamente pelo volume (+10,7), já que os preços recuaram 6,5%.

Um destaque negativo nas importações foi a compra de veículos automóveis de passageiros, que caiu 37,7%, queda puxada pelo recuo de preços (7,7%) e de volume (32,5%).

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O coordenador-geral de Estatísticas do MDIC, Saulo Castro, também informou que, pela revisão tradicionalmente feita pela Secex, o superávit da balança de 2024 foi levemente ajustado para US$ 74,176 bilhões, contra US$ 74,6 bilhões divulgado no início de janeiro.

“Essa revisão fazemos todos os meses. A diferença é que essa foi a última que a gente fez para 2024. É uma revisão normal, ordinária. Agora, o número de 2024 estabiliza”, explicou Castro. As exportações somaram US$ 337,046 bilhões e as importações foram de US$ 262,869 bilhões.