Barclays abandona negociação para salvar Lehman Brothers

O banco não teria conseguido chegar a um acordo sobre as garantias de crédito para se proteger na operação

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Por Agências internacionais
Atualização:

A Barclays PLC abandonou as negociações para comprar a Lehman Brothers, de acordo com reportagem divulgada na Bloomberg e pelo jornal The New York Times, no início da tarde de domingo. De acordo com a informação, o banco não teria conseguido chegar a um acordo sobre asgarantias de crédito para se proteger contra prejuízos potenciais. O Bank of America continua nas negociações de salvamento do Lehman Brothers. Caso a operação de ajuda não se concretize, a incerteza sobre o banco pode se espalhar para outras instituições. Investidores têm dito que se nada for feito até segunda-feira, os mercados globais podem desabar. Veja também: Socorro nos EUA apenas começou EUA resistem a socorrer Lehman ''Falta capital ao sistema''Plano para Freddie e Fannie protege contribuintes, diz PaulsonPara Bush, socorro a agências hipotecárias é críticoBush injeta US$ 200 bi na economia para conter crise nos EUA Entenda os efeitos da crise nos Estados Unidos Cronologia da crise financeira Segundo o jornal Wall Street Journal (WSJ), a situação está sendo contornada e é possível que até a abertura dos mercados, nesta segunda, o próprio Barclays ou um outro comprador não revelado apareça para reverter este quadro. Mas com o governo se esquivando em colocar recursos fiscais em risco pelo Lehman, a probabilidade da transação ser concluída com sucesso está diminuindo. Isto deixaria a liquidação do banco como o mais provável cenário. Corretoras já começam a liqudar suas posições com o banco, diz o WSJ, acrescentando que a liquidação será revertida se nenhum pedido de falência for apresentado até a zero hora desta segunda-feira, horário de Washington. A situação do Lehman Brothers é discutida neste final de semana por executivos do setor bancário e reguladores federais norte-americanos, na sede do Federal Reserve, em Nova York. As negociações estão sendo realizadas para se chegar a um acordo de como lidar com a crise no Lehman, o quarto maior banco de investimento norte-americano, que está lutando para sanar sua exposição ao mercado imobiliário norte-americano. A reunião com autoridades econômicas dos Estados Unidos, entre elas o secretário do Tesouro, Henry Paulson, e representantes de cerca de 30 instituições financeiras de vários países começou na sexta-feira. No sábado, nenhuma conclusão havia sido anunciada, mas o resultado pode ser o desmembramento do banco de 158 anos com os ativos ruins formando uma instituição que poderia ser adquirida em fatias pelos rivais, segundo uma fonte. Se um acordo não for alcançado, a falência é possível.  Durante este domingo, o Wall Street Journal, citando pessoas próximas às negociações, divulgou informação de que o Barclays era o principal concorrente na oferta que será feita pelo Lehman. O outro banco que está nas negociações para a compra é o Bank of America. De qualquer forma, para que qualquer negociação seja feita, será necessário o apoio financeiro do governo norte-americano, o qual está relutantes em participar das negociações. O Wall Street Journal também informa que tanto o Barclays como o Bank of America estariam interessados nos "ativos bons" do Lehman, incluindo sua unidade de ações. Os ativos "problemáticos" do Lehman, principalmente os de caráter imobiliário, avaliados em cerca de US$ 85 bilhões, seriam coletados em um outro banco. O objetivo seria o de evitar que estes ativos com problemas inundem o mercado e prejudique os ativos de outros bancos e seguradoras.  Polêmica A crise do Lehman apresenta uma situação delicada para o secretário do Tesouro, Henry Paulson, e para o Federal Reserve, que clamaram aos executivos de Wall Street uma solução de mercado para o banco de investimento. Neste ano, o governo patrocinou o resgate do Bear Stearns e das concessoras de crédito imobiliário Freddie Mac e Fannie Mae . O governo não quer, ao socorrer um banco atrás do outro, ser acusado de encorajar uma tomada excessiva de risco. Mas ele também não pode permitir que o colapso do Lehman paralise o sistema financeiro global e aprofunde a crise de crédito. O chairman do Fed, Ben Bernanke, estava em Washington mas mantinha contato próximo com Nova York. Ele telefonou para autoridades de outros bancos centrais no sábado.

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