O Banco do Brasil (BB) deverá lançar em novembro seu primeiro fundo imobiliário voltado ao público em geral e usará imóveis próprios como garantia de operações bancárias. Segundo o diretor de Finanças e Mercado de Capitais do BB, Vicente de Paulo Diniz, a primeira amostragem feita pelos técnicos da instituição indica que este fundo terá um patrimônio potencial de R$ 800 milhões, dos quais R$ 500 milhões referentes a 60 imóveis de uso próprio e R$ 300 milhões dos demais. As regras e os limites para aplicação neste fundo ainda estão sendo analisadas, mas devem ser concluídas em 30 dias, segundo Diniz. Ele explicou que a aplicação será de longo prazo, situando-se entre 10 a 15 anos. A remuneração terá como parâmetro o valor do imóvel e a variação de algum índice de preços, como o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) da Fundação Getúlio Vargas. A cada 12 meses, as cotas do investidor poderão ser revistas. O Banco do Brasil pretende que parte dos 4.200 imóveis que utiliza diariamente deixe de ser considerada um patrimônio imobilizado, para transformar-se em patrimônio líquido. Assim, disse Diniz, o banco estará mais próximo da meta estabelecida no Acordo da Basiléia pela qual este patrimônio líquido deve ser equivalente a 11% de todas as operações que envolvam algum tipo de risco. Atualmente, este porcentual está em 10,3% e com a integralização destes imóveis próprios, a expectativa é que vá para 10,8%. Administração dos fundos Na prática, os fundos passarão administrar e ser os donos dos imóveis próprios do BB. O banco embolsará o valor correspondente do imóvel e passará a pagar aluguel para este fundo. O gestor dos fundos que utilizarão imóveis do BB ainda será licitado. Nos demais, a gestora será a distribuidora de títulos e valores mobiliários do Banco do Brasil, a BBDTVM. As condições de cada fundo vão depender das características dos imóveis. Para aqueles de uso próprio do BB, é possível que seja oferecida uma cesta de prédios, mas para os demais há possibilidade de criação de fundos específicos, para construção, por exemplo, de hotéis, hospitais ou shopping centers. Para garantir que o investidor não terá prejuízo se decidir sair da aplicação antes do prazo, o BB estuda a criação de um fundo de liqüidez, que garantirá o pagamento do valor da cota do cliente, descontada a taxa de saída.
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