WASHINGTON - A presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Janet Yellen, disse hoje que os dirigentes da autoridade monetária esperam elevar os juros no país "algumas vezes por ano" para que até 2019 elas estejam próximas "da estimativa do banco para sua taxa neutra de longo prazo de 3%". Ela ponderou, no entanto, que o "tamanho da próxima elevação depende de como economia se desenvolve".

Yellen afirmou que "esperar muito para subir juros pode causar surpresas desagradáveis de inflação alta e instabilidade". "Inflação alta e turbulência financeira podem forçar altas rápidas que levam à recessão", afirmou.
Em seu discurso, Yellen lembrou que a economia dos EUA está perto do pleno emprego e que a inflação está chegando na meta de 2% do BC, mas disse que os desafios de longo prazo devem conter o crescimento econômico nos anos que estão por vir.
Em um tom otimista sobre as perspectivas da economia americana no curto prazo, ela observou que a taxa de desemprego caiu para 4,7%. Esse cenário levou o Fed a aumentar os juros em 0,25 ponto porcentual em dezembro. Segundo Yellen, esse movimento foi um reflexo confiança na melhora da economia.
Mas apesar da perspectiva positiva, há desafios pela frente. A taxa de crescimento da produtividade, que mede a produção de um trabalhador por hora, e que com o tempo leva ao aumento dos padrões de moradia, tem caído nos últimos anos, segundo Yellen.
"Com um crescimento da produtividade em 2% ao ano, o padrão médio de moradia vai dobrar a cada 35 anos, aproximadamente. Isso significa que nossas crianças podem esperar estar melhor economicamente do que estamos agora. Mas com um crescimento de apenas 1% por ano, o padrão médio de vida deve dobrar a cada 70 anos".