Os bancos centrais estão trabalhando juntos para garantir que estejam prontos para injetar liquidez, caso a crise da dívida da Europa abale os mercados, afirmou o presidente do Banco do Japão (banco central), Masaaki Shirakawa, sugerindo que eles não estavam abaixando a guarda uma vez que a eleição na Grécia não foi suficiente para diminuir os temores sobre o futuro da zona do euro. Shirakawa destacou que a crise da dívida soberana da Europa continua sendo o principal risco à economia japonesa, ao passo que impulsiona o apetite pelo yen -ativo considerado seguro- prejudicando as exportações para a região e podendo, potencialmente, desestabilizar o sistema bancário. "Assim como nós vivenciamos após o (colapso) do Lehman Brothers, uma vez que a estabilidade do sistema financeiro cai por terra, isso tem um impacto muito severo na economia global, assim como na economia do Japão", disse Shirakawa em sessão do Parlamento nesta terça-feira. "Nós, bancos centrais, estamos prontos para cooperar de forma próxima fornecendo liquidez aos mercados quando necessário", disse ele. O otimismo do mercado acerca da estreita vitória dos que defendem o resgate internacional da Grécia na eleição do fim de semana foi rapidamente ofuscado por preocupações com o sistema bancário da Espanha, mantendo as autoridades tensas sobre uma potencial turbulência nos mercados globais. Shirakawa disse que o sistema bancário do Japão continuava forte e relativamente imune aos efeitos da crise da dívida europeia, o que, de fato, tem mantido os rendimentos dos títulos japoneses baixos, na medida em que os investidores estrangeiros buscam uma relativa segurança na dívida japonesa. (Reportagem de Leika Kihara)