A Boeing está trabalhando para superar as objeções de militares brasileiros a uma aliança da empresa norte-americana com a Embraer, com alternativas para preservar os direitos de veto do governo a decisões estratégicas e salvaguardas para seus programas de defesa, afirmaram nesta quinta-feira, 18, quatro fontes com conhecimento do assunto à Reuters.
A fabricante norte-americana de aviões foi forçada a refazer os planos envolvendo a Embraer depois que autoridades brasileiras na semana passada se posicionaram contra a ideia de tornar a Embraer uma subsidiária como as que a Boeing opera na Austrália e na Inglaterra, afirmaram essas fontes.
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Fontes do governo brasileiro, que não quiseram se identificar, informaram que a Boeing fez, inicialmente, proposta para comprar o controle da Embraer, não para fazer uma parceria ou uma joint venture. O governo brasileiro rejeitou a abrir mão das “golden shares” (ações de classe especial detidas pelo Estado com poder de decisão).
A proposta de aliança da Boeing com a Embraer daria ao grupo uma participação de liderança no mercado de aeronaves de 70 a 130 assentos e criaria um competidor agressivo para combater a canadense Bombardier e a europeia Airbus.
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A oferta da Boeing avalia a companhia em US$ 5 bilhões a US$ 6 bilhões, disse outra fonte. Desde que o interesse da Boeing foi divulgado no mês passado, as ações da Embraer acumulam valorização de 22% na Bolsa de Nova York, levando o valor de mercado da companhia para US$ 4,6 bilhões.
Embraer não comenta o assunto. Boeing e o Ministério da Defesa não responderam os pedidos de entrevista. /REUTERS
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