O iene disparou para uma máxima recorde contra o dólar e as bolsas de valores asiáticas fecharam em queda nesta quinta-feira, após autoridades dos Estados Unidos terem dito que o risco de um vazamento catastrófico de radiação está crescendo em uma usina nuclear abalada pelo terremoto no Japão. O desastre japonês gerou uma onda de medo nos mercados financeiros, derrubando ações e outros ativos mais arriscados, como commodities, e impulsionando investimentos mais seguros, como dívidas governamentais. Os investidores tinham dificuldade para medir o tamanho da crise e seus prejuízos. Ministros das Finanças e membros de bancos centrais do G7 devem discutir o impacto da crise no Japão durante uma teleconferência às 19h (horário de Brasília), mas operadores acreditam que uma intervenção coordenada nos mercados de câmbio é improvável. O iene chegou a disparar 4 por cento ante o dólar, induzido pela especulação de que seguradoras japonesas teriam de repatriar fundos para pagar indenizações após o terremoto de magnitude 9 da semana passada e o consequente tsunami. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou em baixa de 1,44 por cento. Grandes exportadoras, como a fabricante de robôs industriais Fanuc e a montadora de automóveis Toyota, cujos ganhos no exterior são reduzidos pelo iene forte, tiveram as maiores perdas. As ações da Fanuc caíram 4 por cento e as da Toyota recuaram 2,2 por cento. O Nikkei chegou a cair mais de 4 por cento neste pregão, mas recuperou-se após uma compra de ações baratas de blue-chips. A bolsa japonesa teve a pior série de dois dias desde o crash de 1987 na segunda e na terça-feira, antes de recuperar quase 6 por cento na quarta-feira. Às 8h20, o índice da região Ásia-Pacífico exceto o Japão caía 0,98 por cento. Em Hong Kong, o mercado perdeu 1,8 por cento. A bolsa de Taiwan caiu 0,50 por cento e o índice referencial de Xangai declinou 1,14 por cento. Cingapura encerrou em queda de 0,95 por cento e Sydney perdeu 0,06 por cento.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.