Bom cenário interno anima mercados

Temor de alta dos juros nos EUA diminui e a percepção dos investidores, inclusive estrangeiros é a de melhora das perspectivas da economia brasileira. O investimento direto estrangeiro no Brasil deverá bater recorde em 2000 chegando a US$ 25 bi.

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do Fed - banco central dos EUA-, Alan Greenspan, depõe amanhã no Comitê de Bancos da Câmara norte-americana sobre as condições da economia dos Estados Unidos e a política monetária. Até o momento, suas declarações têm tranqüilizado os mercados quanto à possibilidade de um aumento nos juros dos EUA. Um aumento lá, ao menos em teoria, tornaria aplicações nos Estados Unidos mais atraentes, pressionando os juros no Brasil. Além disso, os bons indicadores da economia brasileira, em especial, a política de juros declinantes sem pressão inflacionária, têm animado os investidores, inclusive estrangeiros. Numa importante sinalização para os mercados, o banco Morgan Stanley Dean Witter informou hoje que está aumentando a participação do Brasil de 2 para 20% em sua carteira de aplicações para a América Latina. Ian Laming, estrategista para América Latina, escreveu que "os investidores estão subestimando o potencial de crescimento dos lucros no Brasil", conforme apurou a editora Patricia Lara. Dado esse cenário, os investimentos diretos estrangeiros previstos para o Brasil neste ano, excluindo-se os recursos da privatização, deverão bater recorde histórico. Dos US$ 25 bilhões previstos para o ano, apenas US$ 2,5 bilhões irão para a compra de estatais (exceto Banespa). Somando-se os recursos das privatizações, esses valores sobem para US$ 28 bilhões e US$ 30 bilhões, respectivamente, segundo a reportagem de André Palhano. Bolsa em alta, com destaque para o setor elétrico A Bovespa fechou em alta de 0,39%, com volume financeiro de R$ 635 milhões, apesar das quedas em Nova Iorque. O Dow Jones - Índice que mede as ações mais negociadas na Bolsa de Nova Iorque - fechou em queda de 0,45%, e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática - fechou em queda de 2,77%. O destaque foi para o setor elétrico, com a divulgação pelo governo do Estado de São Paulo que o edital de venda da Cesp deve sair até o final de setembro e que o leilão de privatização deve ocorrer em novembro. A empresa deverá ter lucro recorde no segundo trimestre. As ações ordinárias - ON, com direito a voto - da empresa, fecharam em alta de 14,15% e as ações preferenciais - PN, sem direito a voto - fecharam em alta de 13,11%. Os demais papéis do setor também tiveram altas, em especial Light ON, que subiu 7,08% e Inepar PN, que subiu 3,49%. As ações da Petrobras sofreram queda, de 2,30% nas ordinárias e 2,32% nas preferenciais. Dólar cai com fluxo cambial e os juros seguem ajustando-se às taxas decrescentes Com o a entrada consistente de dólares no Brasil, as cotações da moeda norte-americana dólar fecharam em R$ 1,7920, com queda de 0,33%. E as taxas de juros de longo prazo continuam em tendência de queda, ajustando-se à política de queda dos juros do governo. Os juros prefixados em contratos de swap de 252 dias úteis, o melhor indicador de juros de longo prazo, fecharam em 17,96% ao ano, frente a 18,06% ao ano sexta-feira.

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