O Bradesco realizou ontem uma captação no exterior de US$ 100 milhões em eurobônus. Os papéis têm prazo de 92 dias, com emissão em 18 de setembro e vencimento em 19 de dezembro. O cupom (juro nominal) é de 5,75% ao ano. Segundo o diretor da área internacional do Bradesco, José Guilherme Lembi de Faria, essa é a segunda emissão de eurobônus do banco no ano. A primeira foi em março, no valor de US$ 150 milhões, pelo prazo de dois anos. A instituição também fez emissão de dívida subordinada em 2002. Na captação finalizada ontem, os papéis foram colocados na Europa e nos Estados Unidos. Os investidores são, principalmente, áreas de private e fundos de renda fixa. Faria disse que os US$ 100 milhões captados por meio de um eurobônus de 92 dias virão para o Brasil na segunda-feira, quando ocorre a liquidação financeira da operação. Segundo ele, os recursos serão destinados ao capital de giro de empresas brasileiras. O executivo disse que o prazo curto dos papéis foi uma exigência do mercado. "Os investidores não estão aceitando prazos maiores. Esse foi o melhor que conseguimos." Para ele, o fator eleição não é o único impedimento para emissões de empresas brasileiras no exterior nos últimos meses. "Há uma aversão a risco geral, decorrente da situação econômica dos Estados Unidos, da crise de credibilidade das companhias norte-americanas e da preocupação sobre um conflito no Oriente Médio." Faria lembrou que o próprio mercado norte-americano está com poucas emissões. O cupom de 5,75% ficou dentro do esperado pelo Bradesco. "No cenário atual, o preço foi bem razoável." O executivo afirmou que ainda é cedo para falar em abertura do mercado para captações brasileiras, mas disse que a emissão do Bradesco é um sinal positivo de que a situação pode começar a melhorar. Contratos Já o Itaú concluiu negociações com o Internacional Finance Corporation (IFC), braço financeiro do Banco Mundial para a conversão de US$ 50 milhões, de uma linha originalmente concedida para financiar projetos para o financiamento de comércio exterior. A aprovação final pelo board da instituição deverá ocorrer até o dia 17, com os contratos assinados até o fim de setembro. As linhas terão prazo de dois anos, com juros semestrais, e poderão ser utilizadas por empresas com qualquer nível de faturamento. Os outros US$ 50 milhões, que fazem parte da linha de US$ 100 milhões anteriormente aprovada, continuarão disponíveis para operações de "Project Finance", por prazo de até dez anos. O Itaú também está trabalhando com o IFC na montagem de um sindicato de "B-Loan", que poderá atingir até US$ 250 milhões, e com prazo de financiamento de até dois anos, com direcionamento para comércio exterior. A estrutura utilizará a condição do IFC como credora preferencial, permitindo a mitigação de riscos por parte dos outros bancos participantes na operação.