Especializada em movimentação de executivos, a consultoria Crown World Mobility administra 120 mil transferências de executivos de países de todos os continentes do mundo. Desse total, 3 mil são gerenciadas a partir do Brasil – são executivos chegando e saindo do País ou de outros países latino-americanos, mas cuja “nova vida” é organizada a partir de São Paulo.

Segundo Haroldo Modesto, diretor da operação brasileira da Crown, apesar de a movimentação ter ficado parada em março e abril, por causa da pandemia de coronavírus, o setor está voltando ao ritmo normal. O executivo diz que o ritmo de saída de brasileiros continua forte, assim como a entrada de estrangeiros no País. Neste último grupo, ele identifica um perfil “emergente”: profissionais da geração “millennial”, que chegam sobretudo da China e dos EUA para trabalhar no setor de TI.
Esse perfil mais jovem, traz “sangue novo” e economia às empresas: trazer talentos jovens – que geralmente vêm sozinhos, e não com a família – geralmente custa bem mais barato.
Como está o movimento internacional de executivos em tempos de pandemia?
Vemos muita gente da área financeira e de RH vindo ao País. É importante, porque traz uma nova visão, ajuda no resultado do negócio. Outra tendência é as empresas buscarem um profissional mais jovem. Os millennials já começaram a chegar, sobretudo para o setor de tecnologia. E é uma transferência mais barata para a empresa.
E como está o movimento dos executivos brasileiros?
Tem muita gente que voltou – parte por medo da pandemia e parte porque trabalhava em setores que sentiram muito a pandemia, como as companhias aéreas. Do lado da saída, o executivo brasileiro está indo para cada vez mais mercados, especialmente para desenvolvimento de novos negócios. Tem brasileiro indo para o Oriente Médio, para a China e para a África com esse intuito.
Como está o movimento de expatriações neste momento?
Tudo parou em março e abril, mas aos poucos começou a voltar. Sem a pandemia, teríamos crescido neste ano. Entre janeiro e agosto, ficou igual ao ano passado.
O que determina o sucesso ou o fracasso de uma transferência?
Normalmente, somos acionados quando a empresa já fez a escolha, mas também oferecemos serviço que identifica o índice de adaptação cultural dos candidatos. A parte cultural é bem importante, porque a dificuldade de adaptação da família é um dos principais motivos para o executivo pedir para voltar.