BRASÍLIA - O quadro fiscal se transformou em profunda crise econômica e se misturou com crises de corrupção, de valores e política, na opinião do ex-presidente do Banco Central e assessor econômico do então candidato à presidente Aécio Neves, Arminio Fraga.
Ele apresentou pontos negativos da economia doméstica e também do ambiente externo, mas disse que os problemas principais são internos. Sobre a dimensão internacional, que, segundo ele, não tem sido favorável nos últimos cinco anos, Fraga citou a queda dos preços das commodities, a atuação recente do Federal Reserve e, mais recentemente, a situação da China. "Uma das consequências importantíssimas é o estrago que se fez ao Estado Brasileiro."
O agravamento da situação econômica do País, de acordo com Fraga, no entanto, não chegou a ser uma surpresa. Segundo ele, a carga tributária já está acima de 30% do PIB, o Estado é refém de interessados partidários e tem se mostrado incapaz de lidar com a ainda desigual distribuição da renda do País. "O Estado está doente e com suspeita de uma doença maior. Esse Estado tem se mostrado ineficaz em entregar os serviços que as pessoas desejam, apesar de quanto se gasta. É um estado que está semiquebrado", disse.
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