Os exportadores brasileiros de televisores em cores fabricados na Zona Franca de Manaus aceitaram uma cota de 100 mil unidades para o mercado argentino nesse ano, sem a alíquota de 20%, imposta pelo governo Néstor Kirchner, em junho de 2004. A cota é menor do que os brasileiros queriam, já que no ano passado, a exportação brasileira para o mercado argentino foi de 150 mil aparelhos de TV, o que representa uma fatia de 20% de um mercado estimado em um milhão de unidades, segundo cálculos da própria Eletros. Depois de dois dias de intensas negociações, os representantes da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) e a Associação de Fábricas Argentinas de Produtos de Eletrônica (Afarte), reunidos em Buenos Aires, estabeleceram ainda as cotas de exportações do produto brasileiro para 2006, equivalente a 6% do mercado argentino, e para 2007, de 10%. Ainda restam alguns detalhes técnicos a serem discutidos, segundo a assessoria de imprensa da Eletros. A coordenadora da Comissão de Comércio Exterior da Eletros, Maria Teresa Bustamante, e a assessora técnica, Eliane Guimarães, foram as responsáveis pelas negociações em Buenos Aires. O acordo evitará que o conflito pelos televisores seja levado ao âmbito da Organização Mundial de Comércio (OMC), já que depois de amanhã vencerá a Medida Provisória que impôs a salvaguarda de 20% para as importações do produto. Após essa data, o governo de Néstor Kirchner teria de tomar uma decisão sobre se tornaria a medida de salvaguarda permanente ou se a suspenderia. Se a medida fosse mantida, o Brasil ameaçava levar o caso à OMC.