BRASÍLIA - O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, informou nesta terça-feira, 18, que houve aprovação da adesão do Brasil em um fórum de diálogo da Opep+, grupo de países aliados da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Ele esclareceu que não haverá adesão à Opep+ propriamente.
A decisão de aderir à Carta de Cooperação entre Países Produtores de Petróleo (CoC), fórum consultivo Opep+, foi tomada em reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) nesta terça-feira, 18.
O fórum busca tratar de “discussão de estratégias dos países produtores de petróleo”, declarou o ministro. “Não devemos nos envergonhar de sermos produtores de petróleo. O Brasil precisa crescer, se desenvolver, gerar renda, emprego, tributos para poder aplicar em educação, segurança e saúde. E o petróleo ainda é uma fonte energética global.”

Com a adesão ao Fórum de Diálogo da Opep+ não há nenhuma obrigação vinculante ao Brasil. “O Brasil foi convidado para que nós fizéssemos parte da carta de cooperação (Fórum)”, disse o ministro.
Quem compõe a Opep
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), que hoje reúne 13 grandes produtores de petróleo do mundo, foi fundada em 1960, em Bagdá, no Iraque, por cinco países (os membros fundadores): Irã, Iraque, Kuwait, Arábia Saudita e Venezuela.
Outros países foram ingressando na Opep ao longo do tempo — são os chamados membros plenos. Os que continuam no grupo ainda hoje, além dos fundadores:
- Líbia (entrou em 1962)
- Emirados Árabes Unidos (1967)
- Argélia (1969)
- Nigéria (1971)
- Gabão (1975)
- Angola (2007)
- Guiné Equatorial (2017)
- Congo (2018)
O que é a Opep+?
A Opep+, por sua vez, é uma espécie de grupo expandido que agrega os 13 membros da Opep mais dez países, dos quais o mais relevante para o mercado de petróleo é a Rússia. Esses dez países aliados colaboram com iniciativas da Opep, mas não têm direito a voto na organização:
- Rússia
- Cazaquistão
- Bahrein
- Brunei
- Malásia
- Azerbaijão
- México
- Sudão
- Sudão do Sul
- Omã
Aval para ser país-membro das agências AIE e Irena
Também nesta terça-feira, 18, o CNPE deu aval para a inclusão do Brasil como país-membro das agências internacionais de Energia (AIE) e para as Energias Renováveis (Irena).
No início do ano, durante agenda oficial em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, Silveira já havia anunciado a retomada do processo de adesão do Brasil à Irena, interrompido durante o governo de Jair Bolsonaro.
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Segundo o ministério, a adesão “amplia a influência do país na transição energética, fortalece o planejamento da segurança energética a médio e longo prazos e possibilita acesso a oportunidades estratégicas, como capacitação técnica e desenvolvimento de políticas públicas”.
O Brasil utilizará a presença nesses organismos para “impulsionar práticas sustentáveis, tecnologias de baixo carbono e mecanismos de financiamento da transição energética”.