Uma xícara de café na cidade de São Paulo custa, em média, R$ 7,32, segundo uma pesquisa do Procon. Em Buenos Aires, na Argentina, chega a quase o dobro: R$ 14. Esse pequeno exemplo ilustra como o país vizinho, outrora um destino onde os brasileiros se sentiam financeiramente privilegiados, está mudando.
O encanto de Buenos Aires, com seus shows de tango e cafés notáveis, está se tornando uma lembrança mais cara do que nunca. O pedagogo Bruno Pontes e da enfermeira Sabrina Rosário, casal de Resende, no Rio de Janeiro, sentiram o peso do novo cenário econômico argentino. A busca por um show de tango que não comprometesse o orçamento deles os levou a uma realidade inesperada: os preços na Argentina estão subindo, e rápido. De refrigerantes a corridas de aplicativo, de refeições a espetáculos, o custo de vida para o turista brasileiro não é mais o mesmo.

A desvalorização do real frente ao peso argentino e as mudanças econômicas sob a administração do presidente Javier Milei são fatores que ajudam a explicar essa mudança. A diferença entre o câmbio oficial e o paralelo diminuiu significativamente, afetando diretamente o poder de compra dos turistas brasileiros.
Empresários do setor turístico, como José Veras e Mariel Ramos, observam uma mudança no comportamento dos visitantes, que agora optam por experiências menos custosas, refletindo a nova realidade econômica. A Argentina enfrenta um momento de ajuste, onde os preços antes vantajosos para estrangeiros começam a se equiparar aos padrões internacionais. Este ajuste econômico traz consigo uma série de desafios e incertezas. A Argentina ainda é um destino encantador, mas os “dias de rico” para os brasileiros, ao que tudo indica, chegaram ao fim.
Leia também
Saiba mais detalhes do que está ocorrendo no país vizinho, como isso impacta os turistas brasileiros e ainda preços de itens como água, refrigerante, vinho e carne, acessando a reportagem completa sobre o assunto.