A Caixa Econômica Federal registrou lucro líquido de R$ 6,260 bilhões no segundo trimestre, o maior para o período de toda a série histórica do banco. O resultado é 144,7% maior que o do mesmo trimestre do ano passado e cresceu 36,6% em relação aos três meses anteriores, informou a Caixa nesta quinta-feira, 19.
O desempenho no segundo trimestre, quando o Brasil sofreu com a segunda onda de covid-19, teve impulso de eventos extraordinários. No período, o banco contabilizou os ganhos com a oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da Caixa Seguridade, sua holding de seguros, e ainda o desinvestimento no Banco Pan, cuja fatia foi adquirida pelo BTG Pactual.
Com volume financeiro de R$ 5 bilhões, a abertura de capital do braço de seguros rendeu à Caixa um ganho bruto de R$ 3,3 bilhões no segundo trimestre. A venda da fatia restante no Pan gerou um lucro líquido de R$ 2 bilhões ao banco público.
Também contribuíram para o bom resultado a redução com os gastos que o banco faz para se proteger da inadimplência e o aumento das receitas de serviços em meio ao cenário de retomada da economia brasileira.
No primeiro semestre, o lucro líquido da Caixa atingiu R$ 10,8 bilhões, aumento de 93,4% na comparação com o mesmo intervalo de 2020.
A carteira de crédito da Caixa encerrou junho com saldo de R$ 816,251 bilhões, o que representa expansão de 2,1% na comparação com o fim de março. Em um ano, os empréstimos tiveram incremento de 13,4%. A pessoa física foi o destaque, com crescimento de 4,0% no trimestre, enquanto a pessoa jurídica avançou 0,5%. No ano, porém, as empresas deram o tom, com avanço de 18,5% enquanto o crédito ao varejo teve alta de 18,5.
A Caixa viu sua carteira de financiamentos imobiliários bater os R$ 529,476 bilhões no segundo trimestre, expansão de 2,1% ante o primeiro. Em relação há um ano, o saldo teve alta de 9,2%.
Ao fim de junho, a Caixa somava R$ 1,464 trilhão em ativos totais, montante 2,4% superior ao visto em um ano. No trimestre, cresceu 1,9%. Seu patrimônio líquido era de R$ 107,514 bilhões, alta de 24,4% e 11,1%, respectivamente.
Inadimplência aumentou
O índice de inadimplência da Caixa, considerando atrasos acima de 90 dias, piorou e chegou a 2,46% no segundo trimestre contra 2,04% no primeiro. Em um ano, porém, quando estava em 2,48%, foi vista melhora de 0,02 ponto porcentual.
A piora da inadimplência no segundo trimestre se deu por conta da carteira de habitação, segmento no qual o banco público lidera isolado no País. O indicador que considera atrasos acima de 90 dias passou de 1,81% no primeiro para 2,55% no segundo trimestre. Os demais segmentos tiveram melhora no período.
"A Caixa continuará acompanhando as operações de crédito, em especial quanto aos reflexos da pandemia de covid-19 na economia", diz o banco, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras.
As despesas com provisões para devedores duvidosos da Caixa atingiram R$ 2,6 bilhões no segundo trimestre, aumento de 1,7% em relação ao trimestre anterior. Em comparação com um ano antes, porém, houve redução de 8,1%.
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