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Câmara aprova contratação obrigatória de usinas térmicas a carvão de SC até 2040

Texto, que precisa passar pelo Senado, prolonga benefícios para o combustível, considerado uma das fontes mais poluentes de geração de energia, logo após diversos países fecharem acordo para eliminar o uso de carvão nos próximos anos

Foto do author Marlla Sabino

BRASÍLIA - Na contramão de um movimento global, a Câmara aprovou um projeto de lei que garante a contratação de energia gerada a partir de termoelétricas a carvão mineral. O texto, que ainda precisa ser analisado pelo Senado, prolonga benefícios no Brasil para o combustível, considerado uma das fontes mais poluentes de geração de energia, logo após diversos países fecharem acordo para eliminar o uso de carvão nos próximos anos.

Plenário da Câmara dos Deputados; texto aprovado na Câmara autoriza a contratação até 2040 da energia gerada pelo Complexo Termelétrico Jorge Lacerda e a obrigação de a União prorrogar a outorga de autorização por 15 anos a partir de 2025 Foto: Daniel Teixeira/Estadão

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O texto garante a contratação da energia gerada por térmicas a carvão mineral localizadas em Santa Catarina. Entre as medidas está a contratação até 2040 da energia gerada pelo Complexo Termelétrico Jorge Lacerda e a obrigação de a União prorrogar a outorga de autorização por 15 anos a partir de 2025.

Hoje, os brasileiros já pagam para garantir subsídios a um grupo de usinas de carvão mineral. Os benefícios são pagos com recursos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que, por sua vez, é rateada nas contas de todos os consumidores do País - os que negociam no mercado livre, como as indústrias, ou são atendidos por distribuidoras, maior parte do consumo residencial. Neste ano, R$ 750 milhões foram destinados para a compra de carvão mineral. Em 2020, foram repassados R$ 666 milhões.

A medida também cria o Programa de Transição Energética Justa (TEJ). Segundo o texto, o objetivo é “preparar a região carbonífera de Santa Catarina para provável encerramento, até 2040, da atividade de geração termelétrica a carvão mineral nacional sem abatimento da emissão de gás carbônico”.

O programa contará com um grupo com representantes da Casa Civil, Ministério de Minas e Energia (MME), Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Ministério do Meio Ambiente, Ministério do Desenvolvimento Regional, representantes do governo do Estado de Santa Catarina e associações e federações ligados à cadeia de carvão. O colegiado terá que, em até 12 meses, apresentar o “Plano de Transição Justa” com indicação de responsáveis e ações.

Senadores tentaramincluir a contratação obrigatória de térmicas a carvão mineral na medida provisória (MP) de privatização da Eletrobras. Por meio de outra emenda, senadores também tentaram acrescentar o direcionamento de R$ 2,5 bilhões, em dez anos, para revitalização das regiões carboníferas no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná.

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