Publicidade

Câmbio fácil – e vantajoso – na Argentina faz Western Union cair nas graças do turista brasileiro

Companhia americana, que trabalha com remessas de dinheiro há 150 anos, é forte na Argentina após ter comprado o serviço local Pago Fácil; fluxo de turistas para o país vizinho ajuda a dar novo fôlego à operação nacional

Foto do author Fernando Scheller
Por Fernando Scheller
Atualização:

Fundada em 1851, no Estado de Nova York, nos EUA, a Western Union começou a trabalhar com serviços de remessas de dinheiro há mais de 150 anos, em 1871. Desde então, tornou-se uma gigante global conhecida especialmente em países onde há um grande número de migrantes, que recebem ou enviam dinheiro para parentes vivendo no exterior. É por isso, por exemplo, que a empresa é forte tanto nos EUA quanto no México, mas tem presença mais discreta no Brasil, onde o total de imigrantes é relativamente baixo.

A companhia também é muito forte na Argentina – mas por outra razão, conforme explica Ricardo Amaral, presidente da Western Union Brasil. A companhia, por lá, adquiriu um conhecido serviço de pagamentos, o Pago Fácil, há cerca de 15 anos. Enquanto a Western Union tem relativamente poucas unidades no Brasil – são cerca de dez, em São Paulo, por exemplo –, a situação é bem diferente no país vizinho: por lá, são 5 mil pontos de atendimento, de grandes lojas próprias a guichês em quiosques e em supermercados como o Carrefour, por exemplo.

Ricardo Amaral, presidente da Western Union Brasil, no escritório da empresa, em São Paulo Foto: Alex Silva/Estadão

Além disso, enquanto no Brasil o principal serviço da Western Union é o câmbio, na Argentina a companhia atende tanto às remessas de dinheiro quanto ao pagamento de contas, um fluxo que a companhia herdou da Pago Fácil. A recente “descoberta” da Western Union pelo brasileiro como uma possibilidade de fazer câmbio na Argentina foi auxiliada pela possibilidade de pagamento via Pix e também pelo fato de a companhia americana oferecer um câmbio vantajoso ao viajante.

A razão da vantagem

Ao contrário do que ocorre no Brasil – e também na maioria dos destinos internacionais –, o valor do peso em relação a outras moedas pode variar muito na Argentina. Conforme explicou o Estadão na semana passada, o câmbio argentino vai muito além do oficial, paralelo e turismo. Com a economia do país passou por muitas crise, foram criados cotações para diversos segmentos, como “soja”, “indústria” ou “vinho”. Logo, dependendo do câmbio usado, a cotação pode variar bastante.

No caso da Western Union, explica Amaral, o câmbio utilizado é o chamado “blue chip swap”, que é o utilizado para transações correntes na Argentina – ou seja, reflete um valor real da moeda americana, no dia da definição da troca, e não um número fixado pelo governo, como é o caso do câmbio oficial. É por essa razão que, enquanto R$ 1 vale cerca de 24 pesos pela cotação do governo, a Western Union pagava, no início desta semana, cerca de 56 pesos para cada R$ 1.

Reforço pelo Pix

A possibilidade de fazer o câmbio pelo Pix pelo app fez crescer, segundo o presidente da Western Union Brasil, o uso do serviço por brasileiros – ele evita dar números sobre o aumento no total de transações e afirma que a propaganda boca a boca do produto foi “totalmente orgânica”. Quando a transferência é feita via o sistema de transferências do BC, segundo ele, o dinheiro é disponibilizado no sistema da Western Union em questão de minutos. “Nosso serviço está presente em 200 países. É possível fazer um Pix e, logo depois, resgatar o dinheiro em moeda local da Albânia, que foi algo que eu já fiz”, diz Amaral.

Loja da Western Union em Nova York (EUA) Foto: Eric Thayer/Reuters

Para fazer o pagamento, explica o executivo, a companhia usa dois dados: o nome completo do beneficiário e o número de transferência internacional gerado pelo sistema da companhia. Por isso, é necessário que o nome completo da pessoas que vai receber o dinheiro esteja escrito conforme no documento de identificação apresentado. “Se a pessoa tiver um nome muito comprido, como D. Pedro I, é necessário escrever o nome todo”, brinca.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.