O valor pago como entrada para a compra do automóvel zero-quilômetro é que vai determinar a necessidade ou não de comprovação de renda por parte do consumidor para a aprovação do financiamento. É consenso no mercado atual que o sinal igual ou superior a 50% do bem - em dinheiro ou dando um usado na troca - torne o crediário automático. Pagar menos do que a metade do valor do carro implica cumprimento de algumas exigências feitas pelas diversas instituições que oferecem crédito direto ao consumidor (CDC), entre elas a comprovação de um salário líquido superior em, no mínimo, três vezes o montante da prestação. Os concessionários advertem não haver uma regra sobre o assunto e garantem levar em conta a peculiaridade que envolve cada caso. No entanto, reconhecem que buscam sempre se "cercar" de algumas garantias, mas nada suficientemente complicado e que faça o cliente abandonar a idéia da compra. "É uma situação proporcionalmente inversa: quanto menor a entrada, maior a exigência", explica João Aissa Filho, gestor da carteira de crédito e de seguros da Chevrolet Viamar. Nome sujo Estar com o nome incluído em uma das listas negras - Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) ou no Serviço de Centralização dos Bancos (Serasa), o primeiro com registros de dívidas no comércio e o segundo apontando a existência de protestos, falências e outras pendências - , o que chamam de ter o "nome sujo" na praça, encerra qualquer chance de se abrir um crediário. E não são poucos os casos. Segundo Sérgio Silvestre Freitas, gerente de vendas e maketing do Banco Ford, cerca de 25% das fichas cadastrais feitas em toda a rede de revendas da marca são recusadas pelo banco. "Muitas pessoas compram simplesmente por impulso, sem ter idéia da dívida que estão assumindo, e outras têm um histórico de inadimplência ou outros problemas financeiros de fácil detectação." "Dessa forma, a comprovação da renda é um indicador muito válido para a aprovação do crédito, pois é ainda a forma mais segura para o banco avaliar a capacidade financeira do cliente", conclui Marcos Moreira, diretor-comercial do Banco Fiat. Quando o consumidor não consegue comprovar a renda mínima exigida, uma das soluções para que efetue a compra é apresentar um avalista. "Nesse caso, o avalista é quem terá que provar, individualmente, um rendimento compatível", avisa Regina Villasanchez, gerente da Ford Sonnervig Sul. Para essas situações, às vezes são solicitados outros documentos para viabilizar o negócio como, por exemplo, declaração de imposto de renda, escritura de um imóvel, etc.