SÃO PAULO - O Itaú Unibanco, que recentemente reduziu sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2012 de 3,1% para 2%, poderá ter que fazer novos cálculos caso a Grécia, que passará por eleições no próximo domingo, decida abandonar o bloco monetário europeu. "Esse cenário de 2% leva em conta o nível atual de incerteza", diz Ilan Goldfajn, economista-chefe da instituição, reforçando que um decisão desse porte poderá ampliar bastante o nível de risco para todas as economias, inclusive a brasileira.
Assim, se tudo se mantiver como está e a Grécia decidir ajustar sua posição na Europa sem desistir da moeda, Goldfajn acredita que a atividade econômica brasileira vai acelerar no segundo semestre. Entrentanto, mesmo perfazendo taxas altas de crescimento, a variação do ano já estaria contaminada pela resultado inicial de 2012. No primeiro trimestre deste ano, o PIB cresceu apenas 0,2% perante o quarto trimestre de 2011. "Vai ser mais baixo porque o crescimento no início do ano foi fraco", afirmou o economista.
O mesmo quadro internacional que pressionará a expansão econômica no País também deve, segundo ele, garantir espaço para que o Banco Central continue reduzindo a taxa básica de juros nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom). Ele não disse, no entanto, quais seriam os tamanhos dos próximos cortes. "Vai continuar caindo", disse.
Goldfajn participa nesta tarde, em São Paulo, do lançamento do Índice Itaú de Bem-Estar Social, que agrega vários indicadores brasileiros para apontar como as condições de bem estar no País se comportam em relação ao desempenho do PIB.
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