Cautela dos consumidores é positiva para o futuro

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Por Redação

Os consumidores - e o ritmo de vendas do comércio - continuam dando sinais de moderação, segundo pesquisas do Programa de Administração do Varejo (Provar) da USP, da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio) e da Serasa Experian. A tendência deve ser vista como positiva para as finanças das famílias e para os bancos, pois haverá queda mais acentuada da inadimplência, abrindo espaço para uma recuperação sustentável, no futuro, sem que haja necessidade de novos estímulos federais ao consumo, no curto prazo.Entre os quartos trimestres de 2012 e 2013, a intenção de compra de eletrodomésticos, eletrônicos, carros e imóveis caiu quase 10 pontos porcentuais. Atingiu 46,8%, na primeira quinzena do mês passado, segundo a pesquisa do Provar, com 500 consumidores. Num período em que ocorrem o Dia da Criança e o Natal - datas relevantes para o varejo -, "há um pé no freio do consumo e o fato de a intenção de compras no quarto trimestre ser menor do que a do terceiro trimestre é preocupante", disse a Márcia de Chiara, do Estado, o presidente do conselho do Provar, Claudio Felisoni de Araújo.Estabilizou-se em 52,6%, em setembro, o número de famílias paulistanas endividadas, segundo a Fecomércio. Mas, enquanto o porcentual de famílias com renda superior a 10 salários mínimos caiu de 42%, em agosto, para 37,9%, em setembro, houve um pequeno aumento do endividamento nas famílias com renda inferior a 10 mínimos - e o principal instrumento de dívida é o cartão de crédito, que cobra juros estratosféricos dos clientes.Efeitos da moderação do consumidor também aparecem no Indicador de Atividade do Comércio, da Serasa Experian, mostrando que houve apenas uma pequena elevação da atividade (0,9%) entre agosto e setembro, liderada pela demanda em lojas de móveis, eletroeletrônicos e equipamentos de informática. A desvalorização do dólar estimulou as vendas.Segundo o Provar, há um "esgotamento do ciclo de consumo". Famílias com menor poder de compra já procuram bens de menor custo, como calçados ou peças de vestuário, em vez de produtos da linha branca. Com exceção dos beneficiários do programa Minha Casa Melhor, que pagam juros subsidiados.Gastando menos dinheiro público com subsídios ao consumo, o governo terá mais recursos para investir - criando condições para o crescimento sustentado da economia.

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