O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou nesta sexta-feira, 27, que o cenário internacional é benigno para o Brasil, mas que está começando a mudar, sugerindo ainda que o País continue a caminhar no sentido de aprovar as reformas que ainda faltam.
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Ilan repetiu, durante palestra para alunos do Ibmec, em São Paulo, que não se pode "contar com essa situação perpetuamente", ao comentar sobre o cenário internacional positivo.
O presidente do BC disse ainda que houve avanços "significativos na agenda de reformas e ajustes", mas que é necessário o Brasil continuar neste caminho para manter a inflação baixa, a queda da taxa de juros estrutural e a recuperação sustentável da economia.
Ilan também apontou que há riscos para o quadro de "recuperação consistente da economia com inflação convergindo em direção às metas".
Câmbio. O presidente do BC também afirmou que a autoridade monetária está monitorando o comportamento do câmbio para evitar exageros na cotação da moeda americana. Monitorar o câmbio, segundo o banqueiro central, é, entre outras coisas, lembrar que o Brasil dispõe de uma grande quantidade de dólares. Essa reserva pode ser vendida no mercado em um dia grande oscilação para ajustar a cotação.
Ainda de acordo com Ilan, o comportamento atual do câmbio reflete os fundamentos tanto da economia internacional quanto da doméstica. Ele explicou que quando há poucas pessoas querendo investir no Brasil é natural que o dólar suba.
"Se os juros estão subindo nos Estados Unidos, e os juros lá já estão subindo, o câmbio reflete isso", disse o presidente do BC. Por isso, emendou, o câmbio precisa ser flutuante para equilibrar a economia.
"Estamos aí só para evitar possíveis desvios", disse o presidente do BC ao responder perguntas dos alunos do Ibmec. Antes, durante a palestra, Ilan disse que só a Cingapura usa o câmbio para controlar a inflação.
Ele afirmou que, no resto do mundo, inclusive no Brasil, o instrumento de combate a à inflação é a taxa de juros. "No resto do mundo e no Brasil, usa-se juro para controlar a inflação e deixa o câmbio flutuar", disse. / COM REUTERS
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