Direito do consumidor

Opinião | Blá-blá-blá que aumenta a inflação

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Foto do author Cláudio Considera

 

A moeda brasileira tem sofrido intenso ataque especulativo, que, em princípio, não deveria preocupar dezenas de milhões de brasileiros que lutam diariamente para colocar comida à mesa, sem ter um centavo sequer para investir no mercado financeiro. Mas essa especulação faz com que produtos básicos, como o trigo, fiquem mais caros, o que acaba chegando ao preço do pão, da farinha, das massas. E isso ocorre também com diversos itens importados, ou cotados em dólar, como os combustíveis.

 

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Em um cenário especulativo, o melhor que os integrantes do governo federal e do partido político no poder, o PT, podem fazer é deixar que somente o ministro da Economia, Fernando Haddad, fale sobre política econômica.Cada vez que o presidente Lula critica as altas taxas de juros e critica quem sugere controle de gastos, ajuda a inflar o dólar frente ao real, o que prejudica os mais pobres.

Da mesma forma, outros ministros e dirigentes do PT deveriam se abster de criticar, em público, a tentativa que a equipe econômica faz de equilibrar as contas. Deixem para criticar em reuniões fechadas, sem dar combustível para especuladores.

O que estou sugerindo é tão simples, tão óbvio, que é necessário repetir várias vezes. Na política, infelizmente, a reta parece não ser o caminho mais curto entre dois pontos. Os egos são avantajados e os interesses políticos, geralmente, se sobrepõem à proteção dos mais vulneráveis.

Caso contrário, o 'fogo amigo' empurrará a economia para baixo, obtendo o pior dos resultados: redução do crescimento econômico, dos empregos e mais inflação, o que, por sua vez, fará com que os juros se mantenham ou subam ainda mais.

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Fazer isso quando a importantíssima regulamentação da Reforma Tributária começa a circular no Congresso Nacional, é um erro ainda mais grave. Só serve mesmo a quem deseja que o governo afunde, e que isso custe caro na próxima eleição municipal.

Opinião por Cláudio Considera

É ex-presidente do conselho da Proteste Associação de Consumidores e professor de Economia da Universidade Federal Fluminense (UFF). Foi titular da Secretaria de Acompanhamento Econômico (SEAE), chefe de Contas Nacionais do IBGE e diretor de Pesquisa do Ipea.

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