A Confederação Nacional da Indústria reduziu para 4,7 por cento a projeção para o crescimento da economia em 2008 por conta das medidas contracionistas adotadas pelo governo para conter a inflação. O prognóstico anterior da entidade, feito em março, era de que o Produto Interno Bruto cresceria 5 por cento este ano. "Os números da economia ainda mostram forte trajetória de expansão devido às forças inerciais do crescimento, principalmente originadas da demanda doméstica", afirmou a CNI em informe divulgado nesta quarta-feira. "Todavia, as medidas de política econômica voltadas à contenção da pressão inflacionária --em especial a retomada de uma política monetária restritiva-- irão conduzir à desaceleração da economia." O Banco Central elevou a taxa básica de juros em um ponto percentual desde abril, para 12,25 por cento, e já anunciou que fará o que for necessário, durante o tempo necessário, para conter a inflação. A CNI prevê que a taxa Selic fechará o ano em 14,25 por cento. Para a CNI, o impacto do aperto monetário sobre a atividade econômica se dará principalmente na segunda metade do ano, particularmente no quarto trimestre. Mas o aumento dos juros, aliado aos efeitos dos aumentos de preços sobre a renda da população, já provocou uma desaceleração da atividade industrial. A produção da indústria, segundo a entidade, cresceu em média 0,1 por cento nos meses de abril e maio frente a taxas de crescimento de 1,5 por cento ao londo de 2007. A projeção da CNI para o crescimento do PIB industrial no ano, contudo, foi mantida inalterada em 5 por cento. (Reportagem de Isabel Versiani)